Bebidas alcoólicas na adolescência estão associadas a mudanças no perfil metabólico, são as conclusões de um novo estudo da University of Eastern Finland e do Kuopio University Hospital.
Algumas das mudanças do metabolismo foram encontradas ao correlacionar o volume reduzido de substância cinzenta do cérebro, especialmente em mulheres jovens com o consumo de bebidas alcoólicas.
As descobertas dos investigadores lançam uma nova luz sobre as implicações biológicas do consumo de bebidas pelos adolescentes e podem contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos.
“Por exemplo, adolescentes que bebem muito tiveram aumento das concentrações de 1-metil-histamina, que, por sua vez, foi associada à redução do volume de substância cinzenta cerebral”, explicou a investigadora Noora Heikkinen, da University of Eastern Finland. De lembrar que a 1-metil-histamina é formada no cérebro a partir da histamina produzida por respostas imunes.
A investigadora esclareceu que “as descobertas sugerem que a produção de histamina é aumentada no cérebro de adolescentes com grande consumo de bebidas. Esta observação pode ajudar no desenvolvimento de métodos que permitam detetar efeitos adversos causados pelo álcool num estágio ainda precoce. Possivelmente, também poderá contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos para mitigar esses efeitos adversos”.
No estudo foi feito o acompanhamento durante 10 anos de adolescentes que vivem no leste da Finlândia. Os investigadores determinaram os perfis de metabólitos de jovens adultos com leve e elevado consumo de álcool, para o efeito mediram os volumes da substancia cinzenta no cérebro através de ressonância magnética.
Estudos anteriores já tenham mostrado uma associação entre o consumo excessivo de álcool e alterações no perfil metabólico. Agora o que é novo e significativo neste estudo “é o fato de se terem observado alterações no perfil metabólico mesmo em jovens que consumiram álcool a um nível considerado socialmente aceitável. Além disso, nenhum dos jovens envolvidos no estudo tinha um diagnóstico de dependência de álcool.”
Os resultados do estudo indicam que mesmo bebendo quantidades não consideradas excessivas, verifica-se que mesmo assim, há efeitos adversos sobre os jovens, tanto no seu metabolismo quanto no volume de massa cinzenta do cérebro.
A investigadora concluiu que “embora o consumo de álcool pelos adolescentes esteja em media a diminuir, verifica-se que alguns adolescentes consomem bebidas muito alcoólicas e também consomem outras substâncias.”