Muitos tumores pancreáticos são como fortalezas malignas, rodeados por uma matriz densa de colagénio e outros tecidos que os protegem de células imunológicas e imunoterapias que têm sido eficazes no tratamento de outros tipos de cancro.
O uso de bactérias para se infiltrarem nessa fortificação cancerosa e fornecer medicamentos pode ajudar no tratamento do cancro do pâncreas. A conclusão é de um estudo recente publicado por uma equipa de investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison.
O colagénio tumoral é uma barreira resistente: o cancro do pâncreas é bem conhecido pela letalidade e tem uma das taxas de sobrevivência de cinco anos mais baixas entre os cancros comuns. Embora existam vários fatores por trás do prognóstico sombrio da doença, um dos focos do estudo é a matriz que envolve muitos tumores pancreáticos, que atua como uma barreira eficaz contra o tratamento.
Uma infiltração baseada em bactérias: Quanyin Hu especialista em engenharia de células para uso como potencial terapêutico ou veículos de distribuição de medicamentos, aplicou uma bactéria que poderia penetrar através da resistente barreira de colagénio e fornecer “nanodrogas” imunoterapêuticas. O estudo já foi publicado na revista Med.
A abordagem mostra-se promissora em modelos animais: A equipa da Universidade de Wisconsin-Madison testou o sistema de administração baseado em E. coli em modelos de ratos com adenocarcinoma ductal pancreático, ou PDAC, a forma mais comum e letal de cancro pancreático, que foi o foco do estudo.
Embora esta abordagem terapêutica se mostre promissora no tratamento do cancro do pâncreas e de outras doenças malignas com barreiras resistentes de colagénio, a equipa de Quanyin Hu está a trabalhar para a melhorar e simplificar em modelos animais, para potenciais ensaios clínicos.