Durante a pandemia de COVID-19, os criminosos foram rápidos em aproveitar as oportunidades para explorar a crise, adaptando seus modi operandi e a participar de novas atividades criminosas, referiu a Europol.
A Agência de polícia europeia indicou que “os cibercriminosos estão entre os mais hábeis a explorar a pandemia. A ameaça das atividades de cibercrime durante a crise é dinâmica e tem potencial para aumentar ainda mais. Com um potencial número recorde de vítimas em casa e a usar serviços online em toda a União Europeia, as formas usadas por criminosos cibernéticos que procuram explorar oportunidades e vulnerabilidades emergentes multiplicaram-se”.
A Europol indicou que “tem monitorado o impacto da pandemia do COVID-19 no cenário de crimes cibernéticos desde o início” e que publicou uma avaliação atualizada das ameaças de possíveis desenvolvimentos adicionais nessa área criminal”, e que entre as formas de crime cibernético analisadas no relatório estão:
■ ransomware;
■ DDoS;
■ exploração sexual infantil;
■ a “dark web”;
■ ameaças híbridas: campanhas de desinformação e interferência.
Catherine De Bolle, diretora executiva da Europol, referiu: ‘Esta pandemia mostra o melhor, mas infelizmente também o pior da humanidade. Com um grande número de pessoas a trabalhar em casa, geralmente com sistemas de segurança desatualizados, os cibercriminosos aproveitam a oportunidade para tirar proveito dessa situação”.
Com o relatório agora publicado pretende-se “alertar indivíduos, empresas, instituições públicas e outras organizações sobre essas atividades criminosas”, e “chamar atenção especial para os mais vulneráveis entre essas vítimas”.
“Estou muito preocupada com o aumento do abuso sexual infantil online. A Europol está a investir recursos e capacidades para apoiar os Estados-Membros no combate ao crime ciberdependente durante esta situação difícil”.
Principais conclusões do relatório:
■ O impacto da pandemia do COVID-19 no crime cibernético tem sido mais visível em comparação com outras atividades criminosas.
■ Os criminosos ativos no domínio do crime cibernético conseguiram adaptar-se rapidamente e capitalizar as ansiedades e medos das vítimas.
■ Estão a ser lançadas campanhas de phishing e ransomware para explorar a atual crise e espera-se que continuem a aumentar em extensão e escala.
■ A atividade de distribuição online de material de exploração sexual infantil parece estar a aumentar, com base em vários indicadores.
■ Ambas as organizações criminosas, Estados e atores apoiados por Estados procuram explorar a crise da saúde pública para promover interesses geopolíticos.
A Europol indicou que está a apoiar as autoridades policiais nacionais na coordenação internacional de casos cibernéticos, conectando as investigações, facilitando o intercâmbio de informações, a análise operacional e os serviços forenses.
O Centro Europeu de Cibercrime da Europol (EC3) é especializado no apoio à prevenção e investigação de ciberataques, exploração sexual infantil, fraude de pagamento e comércio online de mercadorias ilegais através da “dark web”, tornando-se um centro de informações cibercriminosas e uma plataforma de cooperação com a setor privado e comunidade de cibersegurança.