O Gabinete dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) indica que o ataque aéreo das forças militares israelitas a uma escola da ONU no Campo de Refugiados de Nuseirat sugere um fracasso dos militares israelitas em garantir o estrito cumprimento do Direito Internacional Humanitário.
Em 6 de junho, a escola das Nações Unidas que abrigava cerca de 6.000 pessoas deslocadas internamente foi atingida durante a noite no Campo de Refugiados de An Nuseirat. Dados do Ministério da Saúde de Gaza indicam que o ataque matou 40 pessoas, incluindo 14 crianças e nove mulheres, e no ferimento de outras 74 pessoas, mas ainda á algumas vítimas sob os escombros.
As forças militares israelitas relataram que no ataque mataram nove membros de grupos armados palestinianos que operavam dentro da escola. No entanto, as forças israelitas nem entidades independentes mostraram e confirmaram a existência desses palestinianos armados.
Dado que, acordo com o que é relatado, a escola foi atingida sem aviso prévio, o Comissário Geral da Agência das Nações Unidas, UNRWA, Philippe Lazzarini, declarou: “Desde o início da guerra em Gaza, mais de 180 edifícios da UNRWA foram atingidos e mais de 450 pessoas deslocadas foram mortas como resultado”.
Philippe Lazzarini acrescentou: “A UNRWA partilha as coordenadas de todas as suas instalações (incluindo esta escola) com o Exército Israelita e outras partes no conflito. Ter como alvo as instalações da ONU ou utilizá-las para fins militares não pode tornar-se a nova norma.”
Além disso, o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU nos territórios palestinianos ocupados expressou profunda preocupação “que este ataque sugira um fracasso por parte das Forças de Defesa Israelitas em garantir o estrito cumprimento do direito humanitário internacional, particularmente os princípios básicos de distinção, proporcionalidade e precaução no ataque.”
O Gabinete indicou ainda que “embora Israel tenha alegado que palestinianos armados estavam a utilizar a escola como base de operações, o que por si só equivaleria a uma violação do Direito Internacional Humanitário, isto não permitiria nem justificaria violações destes princípios. Notamos com preocupação que este ataque segue-se a um ataque da semana passada num campo de deslocados internos em Rafah, que deixou pelo menos 45 palestinos mortos.”