António Costa em Kiev no primeiro dia de mandato de Presidente do Conselho Europeu

Presidente do Conselho Europeu reforça, em Kiev, o apoio da União Europeia à Ucrânia, e indicou que o país irá receber 4,2 milhões de euros adicionais para o orçamento ucraniano, e 1,5 mil milhões de euros em assistência, todos os meses durante um ano.

António Costa em Kiev no primeiro dia de mandato de Presidente do Conselho Europeu
António Costa em Kiev no primeiro dia de mandato de Presidente do Conselho Europeu. Foto: © UE

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, foi à capital da Ucrânia, Kiev, no seu primeiro dia de mandato, 1 de dezembro de 2024, na mesma visita que a Alta Representante e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, e da nova Comissária Europeia responsável pelo Alargamento, Marta Kos.

Após encontro com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o recém Presidente do Conselho Europeu referiu, em conferência de imprensa, que a ida a Kiev “demonstra o apoio inabalável da União Europeia ao povo ucraniano e à sua luta corajosa por uma paz justa e duradoura”.

O Presidente do Conselho Europeu frisou que o direito internacional deve prevalecer contra a guerra de agressão pela Rússia que classificou de “imoral e ilegal” e afirmou: “A paz deve prevalecer e a invasão deve ser derrotada.”

António Costa lembrou que no dia primeiro de dezembro, há quase 400 anos, durante todos os anos, Portugal “celebra o seu dia da independência”, “a soberania nacional, o direito à autodeterminação, o direito à integridade territorial e o respeito por suas fronteiras”.

Ora, “a Ucrânia, como meu país, como todos os países do mundo, tem o mesmo direito sob a Carta da ONU”. Assim, “a soberania ucraniana, a integridade do seu território, as suas próprias fronteiras devem ser respeitadas.”

António Costa assume uma posição contrária a uma solução já expressa pelo Presidente ucraniano, que considera uma eventual aceitação de cedência de territórios no atual momento da guerra, para posterior recuperação pela diplomacia, e afirmou: “Recompensar o agressor seria uma ameaça a toda a comunidade internacional. E devemos deixar claro que o uso de ameaças nucleares é inaceitável. Isso nunca pode ser questionado.”

“Os ataques imprudentes e deliberados da Rússia contra a infraestrutura civil e os sistemas de energia ucranianos são desumanos. Na verdade, tais ações estão a atingir pessoas, crianças, famílias, privando-as de eletricidade, aquecimento e água”, afirmou o Presidente do Conselho Europeu.

O Presidente do Conselho Europeu lembrou que a União Europeia está com a Ucrânia desde o primeiro dia da guerra, e que continuará a dar “assistência humanitária, económica, diplomática, militar e energética”, e “em energia, financiamos a reparação de 1/3 da capacidade de geração de eletricidade existente” e em dezembro a União Europeia “fornecerá à Ucrânia 4,2 mil milhões de euros adicionais para apoiar o orçamento ucraniano.”

A União Europeia também “irá fornecer, durante um ano inteiro, por mês, 1,5 mil milhões de euros em assistência. Dinheiro que vem dos lucros dos ativos congelados da Rússia e que também pode ser usado para propósitos militares”, anunciou António Costa, e acrescentou: “também aumentaremos a pressão sobre a economia russa e enfraqueceremos ainda mais a capacidade da Rússia de travar guerra. Estamos a preparar um 15º pacote de sanções contra o regime de Putin.”

Sobre o futuro, António Costa lembrou que a Ucrânia faz parte “da família europeia” e por isso “estamos ansiosos para recebê-los como membros da nossa União”, e assim, “a União Europeia e a Ucrânia trabalharão para abrir pelo menos dois grupos de negociações de adesão durante o primeiro semestre do ano que vem.”

Uma adesão que se traduzirá numa “integração gradual que já está a começar em diferentes áreas políticas, como roaming, e vários produtos ao longo do próximo ano poderão ser comercializados como se a Ucrânia já estivesse no Mercado Único.”

“Estamos firmemente do lado do seu direito à autodefesa, soberania e integridade territorial. E faremos o máximo para vê-los na União Europeia como uma nação europeia livre o mais rápido possível. Estou ansioso para vê-los em Bruxelas no próximo Conselho Europeu em duas semanas”, concluiu o Presidente do Conselho Europeu.