O molnupiravir, um medicamento antiviral oral experimental inventado por cientistas da Emory University, EUA, e desenvolvido pela Merck (MSD, na Europa), e pela Ridgeback Biotherapeutics, recebeu autorização de uso de emergência pela Food and Drug Administration (FDA), EUA.
O antiviral recebeu autorização para o tratamento da COVID-19 leve ou moderada em adultos com resultados positivos no teste viral direto de SARS-CoV-2, e que estão com alto risco de progressão para COVID-19 grave, incluindo hospitalização ou morte, e para quem as opções alternativas de tratamento da COVID-19 autorizadas pela FDA não são acessíveis ou clinicamente adequadas.
“Este medicamento é uma intervenção direta num momento em que a pandemia ainda não acabou”, disse George Painter, CEO da Drug Innovation Ventures em Emory e diretor do Emory Institute for Drug Development, citado pela Emory University. “Quando olhamos para o número de mortes diárias e se pensa que o medicamento pode ajudar – não requer uma enorme infraestrutura médica para o administrar, pode ser distribuído facilmente e autoadministrado – então começamos a pensar sobre o impacto e tudo o que pode ter.”
O molnupiravir deve ser administrado o mais rápido possível após o diagnóstico de COVID-19, e dentro de cinco dias após o início dos sintomas. A dose recomendada de molnupiravir é de 800 mg (quatro cápsulas de 200 mg) por via oral a cada 12 horas durante cinco dias, com ou sem alimentos. A conclusão do curso completo de tratamento de cinco dias é importante para maximizar a depuração viral e minimizar a transmissão do SARS-CoV-2, descreve a MSD.
A farmacêutica indica que o molnupiravir não é recomendado para uso em pacientes grávidas, e esclarece que com base nos resultados de estudos de reprodução animal, o molnupiravir pode causar danos fetais quando administrado a grávidas. Não há dados humanos disponíveis sobre o uso de molnupiravir em mulheres grávidas para avaliar o risco de defeitos congénitos importantes, aborto espontâneo ou desfechos maternos ou fetais adversos.
A MSD refere que no caso de uma paciente antes de ser iniciado o tratamento com molnupiravir, o médico deve avaliar se a mulher está grávida. No caso das mulheres com potencial para engravidar devem usar um método contracetivo confiável de forma correta e consistente, durante o tratamento e quatro dias após a última dose de molnupiravir.
No caso de pacientes homens com potencial reprodutivo que são sexualmente ativos com mulheres com potencial para engravidar devem usar um método contracetivo confiável de forma correta e consistente durante o tratamento durante pelo menos três meses após a última dose.
Dados da MSD indicam que das análises de todos os 1433 pacientes envolvidos no estudo randomizado, o molnupiravir reduziu o risco de hospitalização ou morte. Em que 9,7% (68 em 699) dos pacientes do grupo placebo foram hospitalizados ou morreram em comparação com 6,8% (48 em 709) dos pacientes que recebeu o molnupiravir. Neste ensaio verificaram-se nove mortes no grupo do placebo e uma no grupo do molnupiravir.
A Agência Europeia de Medicamentos indicou, em 14 de dezembro de 2021, que iria rever mais dados do estudo principal do molnupiravir. A Agência já tinha indicado que as autoridades de cada Estado-Membro poderiam decidir sobre o uso precoce do Lagevrio (molnupiravir) antes da autorização de introdução no mercado.