Antioxidantes como a vitamina C podem ajudar a reduzir os efeitos nocivos do cromo hexavalente, revelou estudo realizado com células humanas. O cromo hexavalente é tido como um carcinogénico humano, ou seja, é cancerígeno. Uma substância produzida por processos industriais e que passa em grandes quantidades para a água.
Dados de testes de água potável nos EUA mostram que o composto contamina a água em todos os 50 Estados e que afeta mais de 200 milhões pessoas.
“Este é o primeiro estudo a usar células humanas para testar os efeitos do cromo hexavalente e proteção por antioxidantes”, referiu Tim Mayotte, investigador da Olivet Nazarene University, responsável pelo estudo.
O investigador acrescentou: “Se as novas descobertas forem validadas e passarem para testes clínicos, pode ser possível diminuir o risco de cancro causado pelo cromo hexavalente que advém da água com antioxidantes como a vitamina C.”
Tim Mayotte apresentou o resultado da investigação na reunião anual da Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular que decorreu durante a reunião de Biologia Experimental de 2019 nos dias 6 a 9 de abril, em Orlando, Flórida.
Os investigadores expuseram dois tipos de células humanas a várias concentrações de cromo hexavalente, e observaram efeitos tóxicos em ambos os tipos de células em 200 partes por bilhão (ppb) ou maiores concentrações de cromo hexavalente. No entanto, verificaram que a toxicidade pode ser bloqueada pela vitamina C a 10 partes por milhão (ppm) ou pelo antioxidante galato de epigalocatequina a 15 (ppm). O galato de epigalocatequina é o principal antioxidante que se encontra no chá verde.
Em outras experiências, os investigadores observaram mutações de DNA em bactérias expostas a 20 ppb ou mais de cromo hexavalente. No entanto, essas mutações não ocorreram quando as bactérias também foram tratadas com 20 ppm de vitamina C.
Estas novas descobertas revelam que um mecanismo oxidativo é provavelmente responsável pela toxicidade do contaminante, o que pode ser evitado pelo tratamento da água com antioxidantes. Para os investigadores estes resultados do estudo podem ajudar monitorar e regular a qualidade da água.