Os doentes de anemia por síndromes mielodisplásicas podem ter novas esperanças dado que já se encontra definido o procedimento de avaliação prévia para a utilização do Reblozy (luspatercept), da biofarmacêutica Bristol Myers Squibb, em meio hospitalar.
O procedimento é destinado ao tratamento de doentes adultos com anemia dependente de transfusão, devido a síndromes mielodisplásicas (SMD) de risco muito baixo, baixo e intermédio, com sideroblastos em anel e sem del5q, que tenham tido uma resposta insatisfatória ou que não sejam elegíveis para terapia baseada em eritropoetina.
O relatório público de avaliação sobre o Reblozy, do Infarmed, na qualidade de Autoridade Nacional do Medicamento, descreve que o Reblozy demonstrou prova de valor terapêutico acrescentado não quantificável, face à alternativa até agora indicada, a terapêutica de suporte transfusional, na subpopulação de doentes adultos com síndromes mielodisplásicas sem del5q.
As síndromes mielodisplásicas são um conjunto de doenças em que há uma alteração maligna da medula óssea que atinge as células precursoras das células sanguíneas. Esta alteração leva a modificações das características das células e à sua deficiente maturação. Como consequência há anemia, diminuição dos glóbulos brancos e das plaquetas, com aumento das células imaturas, chamadas blastos. Em cerca de 1/3 dos casos há evolução para leucemia mieloblástica aguda, como é indicado pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia.
Sobre o luspatercept e o procedimento agora definido para o uso, Juan Carlos Portasany, Commercial Director na biofarmacêutica BMS Portugal referiu, citado em comunicado, que “na Bristol Myers Squibb, estamos comprometidos em desenvolver terapias que fazem a diferença e continuaremos a oferecer soluções que respondam a necessidades médicas não satisfeitas, em prol de um futuro mais saudável”.