Estudo da Predibisa, consultora imobiliária especializada no norte do país, indica um crescimento de 30%, em relação a 2017, do registo de alojamento local, no centro da cidade do Porto.
O estudo analisa o mercado de alojamento do Porto, nas vertentes das residências universitárias, unidades hoteleiras e alojamento local, e faz uma caracterização da oferta e da procura destes segmentos, e da evolução nos últimos anos.
Os dados mostram que o alojamento local tem uma maior incidência no centro histórico da cidade, onde se verificam 70% dos registos. Um crescimento e localização que tem vindo a ser impulsionado pelo aumento do fluxo turístico na cidade.
O excecional aumento turístico no Porto está a levar a um forte investimento público e privado na reabilitação urbana. Um investimento que tem vindo a contribuir para o dinamismo imobiliário,” já consolidado no centro do Porto”.
A Predibisa indicou que “no centro histórico, ao longo dos últimos seis anos, mas em particular nos últimos dois, a procura no mercado residencial centra-se nas tipologias T0 a T2, com vista sobretudo a alojamento local.”
O estudo mostra que o mercado de alojamento local abrange todo o grande Porto, mas que tem “especial incidência no centro da cidade”. Este alojamento “divide-se em apartamentos, localizados em edifícios inteiramente destinados a alojamento local e apartamentos ou quartos inseridos em edifícios residenciais.”
Outro dos dados do estudo indica que “grande parte dos edifícios transacionados, recentemente, no centro do Porto, foram adquiridos tendo em vista o mercado de alojamento local”, com destaque para “os serviced apartments, um conceito que alia o arrendamento de curta/média duração ao fornecimento de serviços”, e têm com “públicos-alvo turistas em lazer e negócios, bem como estudantes e investigadores.”
A análise da Predibisa mostra que o ano de 2017 registou o maior número registos de alojamentos locais, “um número superior ao total verificado em anos anteriores.”
O centro histórico é a zona mais procurada e as previsões apontam para um aumento de registos em 2018 de 30% em relação a 2017, mas o maior aumento dá-se nas restantes zonas do Porto, com os dados a indicarem para um incremento de 50%, face a 2017.
A Predibisa lembrou que “54% da oferta de alojamento local no centro histórico tem capacidade para três ou menos hóspedes”, e as modalidades de alojamento são: casa completa; quarto individual ou quarto partilhado.
A consultora imobiliária indica ainda que a qualidade da oferta “apresenta bons padrões de qualidade”, que “é diversificada e bastante competitiva”, com valores a variar “em função da época ou procura.”
Faltam residências para estudantes
O aumento nos últimos anos de estudantes estrangeiros em Portugal, nomeadamente no Porto, a pressão sobre o mercado do alojamento destinado a este setor tem vindo a crescer, e o estudo da Predibisa indica que nas residências universitárias privadas, os valores mês por quarto variam entre os 190 euros e os 300 euros e os apartamentos/estúdios variam entre os 260 euros e os 460 euros. Os quartos em apartamentos arrendados por privados apresentam valores entre os 100 euros e os 350 euros, e os apartamentos para arrendamento, entre as tipologias T0 e T1, apresentam valores a partir dos 370 euros.
A Predibisa indicou que dado “o incremento na procura” e “a escassez de oferta”, se encontram “previstas quatro residências de estudantes privadas no Porto, vocacionados sobretudo para estudantes estrangeiros.”
No total há uma previsão de “novos 1.500 quartos, com o valor médio mensal por quarto a rondar os 600 euros/mês.” A consultora lembrou que “como o mercado do alojamento de estudantes já entrou no radar dos investidores internacionais e nacionais, bem como operadores, há ainda outras oportunidades em análise relativas ao Porto, assim como em cidades como Coimbra e Lisboa.”
Mercado hoteleiro com crescimento sustentável
O Porto tem ganho visibilidade enquanto destino turístico, e suportado um crescimento sustentável do mercado hoteleiro. O crescente interesse turístico pelo Porto tem com fatores da atratividade, entre outros, a gastronomia e vinhos, herança histórica, beleza da cidade, oferta cultural e o clima.
A Predibisa esclareceu que a procura por hotéis tem registado uma evolução positiva nos últimos dois anos e as maiores taxas de ocupação verificam-se em unidades cinco e quatro estrelas as menores em hotéis três estrelas.
A maior parte da oferta hoteleira no Porto desenvolve-se no eixo Avenida da Boavista/centro da cidade. Mas até há poucos anos a oferta de hotéis cinco estrelas concentrava-se na Avenida da Boavista, “o que revelava a importância do turismo de negócios na cidade”. Agora, “com o aumento de disponibilidade de voos low cost, “o turismo de lazer tem ganho relevância, facto que tem conduzido ao crescimento da oferta no centro histórico, em particular na zona dos Aliados, com várias unidades de qualidade superior já em construção.”
O estudo da consultora indica que “as unidades cinco estrelas têm um preço médio diário a rondar os 230 euros, e que os preços de alguns hotéis cinco estrelas estão muito próximos dos valores dos de quatro estrelas”. As unidades de quatro estrelas “apresentam valores médios de 120 euros por noite e dominam a oferta hoteleira no centro da cidade.”
Rita Seixas, responsável pelo departamento de Research da Predibisa, referiu: “Este estudo visa olhar com mais pormenor para o mercado de alojamento do Porto”, e acrescentou: “O crescimento do turismo, que tem alavancado o alojamento local e a hotelaria, a par do forte incremento em projetos de reabilitação, bem como o aumento do número de estudantes estrangeiros, que fomenta o mercado de residências de estudantes, vão certamente continuar a dinamizar o mercado do Porto, criando um mix residencial cada vez mais atrativo e diversificado e que atrairá clientes e novos operadores”.
A especialista da Predibisa concluiu: “A cidade é atualmente um destino muito apetecível e ponto de atração para portugueses e estrangeiros.”