Tem início hoje, 17 de março, um ciclo de debates públicos em torno da Floresta Autóctone, a ideia é um maior esclarecimento sobre as opções que se colocam à floresta portuguesa e a recolha de opiniões que possam conduzir a uma maior consciencialização para o atual estado do território nas diversas vertentes, com impacto na demografia, economia, alterações climáticas e catástrofes.
A ideia surgiu de cidadãos que pretendem constituir uma Aliança pela Floresta Autóctone, e nesse sentido lançaram um Apelo que já foi até agora subscrito por mais de 1000 cidadãos. Um Apelo, lançado no final de setembro de 2017, no qual se exprime a recusa firme da passividade perante o estado em que se encontra o nosso território e o seu coberto vegetal.
Os cidadãos inconformado com as medidas adotadas para fazer frente aos contínuos ciclos de incêndios, fazem um apelo aos seus concidadãos no sentido de assumirem em conjunto uma posição interventiva nesse domínio.
As últimas tragédias dos incêndios do ano passado vieram a “ecoar com maior urgência um sentido de responsabilidade social, moral e ambiental no seio desta iniciativa, que tomou a forma de Apelo para uma Aliança pela Floresta Autóctone.”
Os promotores da Aliança pela Floresta Autóctone dão início no Porto, dia 17 de março, a um ciclo de debates públicos em que intervêm vários especialistas para darem “uma visão para o renascimento da Floresta Autóctone em Portugal” e o debate sobre diversas opções.
No primeiro debate intervém Jorge Paiva, professor e investigador da Universidade de Coimbra, botânico, ecólogo e ecologista de reputação nacional e internacional.
O segundo debate deverá decorrer em Aveiro, em maio, num sábado, em que intervém Helena Freitas, Professora e Investigadora da Universidade de Coimbra, Coordenadora da Unidade de Investigação e Desenvolvimento “Centre for Functional Ecology – Science for People and the Planet” (Centro de Ecologia Funcional), e a Cátedra Unesco em Biodiversidade e Conservação para o Desenvolvimento Sustentável, tendo sido presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia e da Liga para a Proteção da Natureza e, mais recentemente, coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior.
O apelo, que tem em vista provocar uma mudança de mentalidade na forma como a Floresta é gerida em Portugal, continua a recolher assinaturas em www.florestaautoctone.webnode.pt. Um apelo que se dirige aos cidadãos e às entidades que partilhem a vontade de se comprometerem numa profunda mudança do atual paradigma florestal em Portugal.
Uma das ideias que emerge para o primado da Floresta Autóctone é a necessidade de se reabilitarem estruturas humanas e materiais como os Guardas e Viveiros Florestais.
Outra das ideias passa por questionar do atual modelo das extensas monoculturas de eucalipto e pinheiro-bravo em território nacional.