Cientistas do Centro Médico e da Faculdade de Medicina Wexner, da Universidade do Estado de Ohio nos EUA, descobriram uma nova variante do coronavírus SARS-Cov-2, que causa a COVID-19. A nova variante possui uma mutação idêntica à da estirpe identificada no Reino Unido, mas os cientistas consideram que esta nova mutação surgiu, provavelmente, numa estirpe já presente nos Estados Unidos.
Os investigadores relatam, em artigo publicado na BioRxiv, a existência de outra estirpe nos EUA em evolução, que adquiriu três outras mutações genéticas que não tinham sido anteriormente vistas no SARS-CoV2.
Os cientistas têm sequenciado o genoma do coronavírus SARS-Cov-2 colhidos de pacientes com COVID-19, desde março de 2020, com o objetivo de monitorar a evolução do coronavírus. A nova variante foi descoberta num paciente de Ohio, mas os investigadores ainda não sabem a prevalência da nova estirpe na população.
Mas a estirpe que está em evolução com as três novas mutações tornou-se já no coronavírus dominante em Columbus num período de três semanas, no final de dezembro de 2020 e no início de janeiro de 2021.
“Esta nova estirpe Columbus tem a mesma estrutura genética de outros casos estudados anteriormente, mas as três mutações representam uma evolução significativa”, referiu o líder do estudo, Dan Jones, vice-presidente da divisão de patologia molecular. “Sabemos que essa mudança não veio dos ramos do coronavírus no Reino Unido ou na África do Sul”.
Como a estirpe do Reino Unido, as mutações detetadas em ambos os coronavírus afetam a proteína “spike” do SARS-Cov-2. A proteína “spike” permite que o vírus se fixe e entre nas células humanas. Também como a estirpe do Reino Unido, as mutações na estirpe Columbus vão tornar provavelmente o coronavírus mais infecioso, aumentando a transmissão de pessoa para pessoa.
“A grande questão é se essas mutações tornarão as vacinas e as abordagens terapêuticas atuais menos eficazes”, disse
Peter Mohler, coautor do estudo e diretor científico do Centro médico Wexner do Estado de Ohio, referiu que “não há dados para acreditar que estas mutações terão qualquer impacto na eficácia das vacinas atualmente em uso.”
“Precisamos entender o impacto das mutações na transmissão do vírus, a prevalência da estirpe na população e se ela tem um impacto mais significativo na saúde humana. Além disso, é fundamental que continuemos a monitorar a evolução do vírus para que possamos entender o impacto das formas mutantes no desenho dos diagnósticos e nas terapias”, referiu Peter Mohler
Os cientistas indicaram que a descoberta da variante Columbus sugere que a mesma mutação pode estar a ocorrer, de forma independente, em várias partes do mundo durante os últimos meses.
“Os vírus sofrem mutações naturais e evoluem com o tempo, mas as mudanças observadas nos últimos dois meses foram mais proeminentes do que nos primeiros meses da pandemia”, referiu Dan Jones.