Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Novo México e do WorkIt Health (Centro de tratamento de toxicodependência em Ann Arbor, Michigan), EUA, sugerem que os médicos devem perguntar aos pacientes sobre o uso de kratom, da mesma forma que fazem sobre o uso de cannabis, cocaína, metanfetaminas ou heroína.
Em diversos locais a kratom ou mitragyna speciosa está facilmente disponível e não está regulamentada. O uso recreativo de kratom tem sido associado a efeitos colaterais perigosos, incluindo risco de paragem cardíaca, convulsões, afasia e morte, e tem sido ligada em vários estudos como uma substância altamente viciante.
Os investigadores sugerem que os médicos precisam de mais formação e melhores ferramentas para os ajudar a lidar com esta crescente ameaça clínica. A observação dos investigadores foi publicada em Annals of Internal Medicine.
Em 2022, foi estimado que 1,9 milhões de pessoas nos EUA usaram kratom, uma droga legal que oferece efeitos estimulantes em doses baixas e efeitos semelhantes aos opioides em doses mais altas. Apesar de ser considerada uma droga preocupante pela Drug Enforcement Administration, a kratom está disponível em diversas lojas, e em vape, chá e vitaminas.
Enquanto algumas pessoas usam a kratom para controlar a dor, aumentar os níveis de energia ou em lugar de substâncias ilegais, uma investigação recente descobriu que pelo menos 12% das pessoas que usam a kratom qualificar-se-iam como portadoras de um transtorno de uso, mas outras investigações descobriram que mais da metade dos pacientes que usam kratom não se sentem confortáveis em revelar o uso a um profissional de saúde.
Os autores da investigação destacam a necessidade de cautela no uso de kratom entre o público até a mesma venha a ser regulada. Os investigadores pedem formação médica sobre o uso de kratom e potenciais estratégias de redução de danos para pacientes, e sugerem uma agenda de investigação que possa quantificar melhor os riscos representados pelo uso da kratom e como mitigá-los.
Os investigadores consideram ser necessárias diretrizes baseadas em evidências sobre o cuidado de pessoas que usam a kratom, bem como uma resposta de saúde pública baseada em evidências.