O Zephyr S da Airbus, considerado um novo Pseudo-Satélite de Alta Altitude, fez o seu voo inaugural com sucesso de mais de 25 dias. Um voo que estabelece um novo recorde mundial de uma aeronave movida a energia solar, o que comprova as capacidades da Zephyr S, tendo alcançado todos os objetivos de engenharia do voo.
O registo de duração de voo mais longo anterior também tinha sido registado por um protótipo da Zephyr, há alguns anos, alcançando então mais de 14 dias de voo contínuo, que já era na altura dez vezes mais longo do que qualquer outra aeronave tinha alcançado.
Este novo voo foi apoiado pelo governo do Reino Unido o que reflete a posição do Ministério da Defesa do Reino Unido como o primeiro cliente para esta capacidade inovadora e potencialmente revolucionária.
O Zephyr é o veículo aéreo não tripulado (UAV, sigla do inglês) que viaja na estratosfera, acima do trafego aéreo convencional e é alimentado em exclusivo por energia solar. Uma aeronave que é complementar aos satélites e às aeronaves tripuladas para fornecer serviços locais permanentes.
Jana Rosenmann, chefe de Sistemas Aéreos não Tripulados da Airbus referiu: “O sucesso deste voo inaugural representa um novo marco significativo no programa Zephyr, adicionando um novo recorde de resistência de voo na estratosfera que esperamos seja formalizado muito em breve.”
“Nos próximos dias vamos verificar todos os dados e resultados de engenharia e vamos iniciar a preparação de voos adicionais já planeados para o segundo semestre deste ano a partir de nosso novo local de operação, no aeroporto de Wyndham, na Austrália Ocidental ” esclareceu a responsável da Airbus
O Zephyr vai trazer novas capacidades de visualização, deteção e conexão para o mercado comercial e militar, e vai fornecer o potencial de revolucionar a gestão catástrofes, incluindo a monitoração da propagação de incêndios florestais, vigilância e serviços marítimos, patrulhamento de fronteiras ou os derramamentos de combustíveis.
Este novo UAV vai a partir da estratosfera fornecer uma persistente vigilância, rastreando todo o cenário ambiental do mundo em constante mudança, e fornecer comunicações para as regiões mais remotas e com menos serviços de comunicação.
O Airbus Zephyr opera na estratosfera, voando acima nuvens e do tráfego aéreo regular, a uma altitude média de 21 quilómetros, possui uma envergadura de 25 metros e pesa menos de 75 kg.
Idealizado para Intelligence, Surveillance & Reconnaissance em “persistência local”, o Zephyr tem a capacidade de manter o foco numa área específica de interesse que pode ter centenas de quilómetros de largura enquanto fornece comunicações e serviços de observação com imagens de grande resolução durante longos períodos de tempo sem interrupção.
O Zephyr não é uma aeronave vulgar nem um satélite, mas incorpora aspetos de ambos, tendo a persistência de um satélite com a flexibilidade de um UAV. Até agora as aeronaves civis a voar a uma altitude igual eram os Concorde e as famosas aeronaves militares U2 e SR-71 Blackbird.