Em Moçambique, um surto de cólera tem vindo a crescer exponencialmente desde setembro de 2022 com propagação geográfica a novos distritos. As fortes chuvas nas primeiras semanas de fevereiro ameaçam piorar ainda mais a situação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) refere, em comunicado, que em Moçambique o surto de cólera tem vindo a crescer exponencialmente e que a situação tende a piorar depois das fortes chuvas que atingiram o país nas primeiras semanas de fevereiro.
O primeiro caso de cólera do atual surto ocorreu de acordo com as autoridades locais na província de Niassa, em 14 de setembro de 2022. A OMS recebeu até 19 de fevereiro de 2023, a notificação de um total cumulado de 5.237 casos suspeitos e 37 mortes referentes a 29 distritos de seis das 11 províncias do país.
Todas as seis províncias atualmente afetadas pela cólera são áreas propensas a inundações, pelo que à medida que a estação das chuvas avança, a previsão é que mais distritos sejam afetados. Um surto de cólera que afetou muitos distritos que não registavam casos há mais de cinco anos e por isso, a capacidade de resposta é limitada.
A todas as dificuldades acresce que há acesso inadequado a fontes de água potável, para além de a população enfrentar problemas de falta de higiene e saneamento.
Para além de Moçambique a OMS refere que o país vizinho, Malawi, está a enfrentar o surto de cólera mais mortal da sua história. Considerando a frequência do movimento transfronteiriço e o histórico de propagação transfronteiriça da cólera durante este surto, a OMS considera o risco de propagação da doença é ainda mais alto nos níveis nacional e regional.