A acrilamida é uma substância química que se forma naturalmente em produtos alimentares amiláceos quando são cozinhados a altas temperaturas (acima de 120°C) e em condições de baixa humidade, nomeadamente, alimentos feitos de cereais, como os usados no pequeno-almoço, bolachas, torradas e café. Também produtos de batata e/ou batata-doce como batatas fritas, são exemplos de alimentos com níveis mais elevados de acrilamida.
De acordo com os peritos da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, sigla do inglês) a exposição à acrilamida tem possíveis efeitos nocivos no sistema nervoso, no desenvolvimento pré e pós-natal e na reprodução masculina. Contudo, os peritos indicam que estes efeitos não são considerados preocupantes, com base nos atuais níveis de exposição alimentar.
Mas para evitar os efeitos nefastos da acrilamida é importante reduzir a sua quantidade nos alimentos através de uma confeção mais cuidadosa, e para isso a EFSA em parceria com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) lançam campanha #EUChooseSafeFood. Uma campanha, que ocorre 16 países europeus, foca três ações principais para evitar a substância nociva:
1.Cozinhe os alimentos a temperaturas mais baixas. Evite fritar, grelhar ou assar alimentos a altas temperaturas e evite deixar a superfície dos alimentos demasiado tostada ou queimada. Se o alimento que está a cozinhar é rico em amido tenha especial atenção e cozinhe-o por um período mais longo com uma temperatura reduzida.
2.Opte por métodos de cozedura mais saudáveis. Ao preparar alimentos dê preferência a métodos de cozedura mais saudáveis, como cozinhar a vapor, ferver, cozinhar no forno ou grelhar em vez de fritar. Estes métodos reduzem a formação de acrilamida.
3.Varie a sua dieta. Ter uma dieta variada e equilibrada é sempre recomendado. Além de ajudar a reduzir a exposição à acrilamida, garante uma ingestão variada de nutrientes essenciais.
Filipa Melo de Vasconcelos, Subinspetora-Geral da ASAE, citada em comunicado, reforça que “a acrilamida é formada a partir de açúcares e aminoácidos, principalmente um chamado asparagina, que estão naturalmente presentes em muitos alimentos. E, embora seja praticamente impossível eliminar a acrilamida dos alimentos amiláceos cozinhados, é possível reduzir a sua quantidade seguindo os conselhos que a campanha transmite”.