União Europeia (UE) e o Canadá assinaram, em Bruxelas, o Acordo de Parceria Estratégica UE-Canadá e o Acordo Económico e Comercial Global, também conhecido como CETA. O CETA irá remover mais de 99% das tarifas até agora existentes no comércio entre a UE e o Canadá. Este novo acordo poderá impulsionar o comércio entre os dois mercados em 12 mil milhões de euros por ano, e gerar crescimento e novos postos de trabalho em ambos os lados do Atlântico, indica a Comissão Europeia (CE).
O CETA preserva os poderes dos governos para regular, especialmente no que diz respeito às normas ambientais e sociais, acrescenta a CE. Para Donald Tusk, Presidente do Conselho Europeu, os acordos vão muito além do contexto comercial, e são uma demonstração da coesão da União Europeia, e “neste momento particular da história da UE, este é sinal positivo que significa um grande negócio”.
Jean-Claude Juncker, Presidente da CE, referiu que “o Acordo Económico e Comercial promove todas as coisas com que os canadianos e os europeus se preocupam, ‘decência’ no local de trabalho, a nossa saúde e a segurança, a nossa diversidade cultural, a qualidade da terra, mar e ar que nos rodeia. E ao suprimir quase todos os direitos de importação, os exportadores europeus de produtos industriais e agrícolas irão poupar cerca de 500 milhões de euros por dia”.
“Os nossos governos democráticos vão continuar a legislar para o bem dos seus povos e a continuar a fornecer os produtos e os serviços em que assentam as nossas sociedades”, referiu Jean-Claude Juncker, e acrescentou: “O acordo que acabamos de assinar com os nossos amigos canadianos representa o melhor e mais progressista acordo alguma vez assinado pela União Europeia e define o nível da nossa ambição para outros acordos comerciais”.
Para Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, “o acordo vai proteger e vai ajudar o bem-estar social e incrementar a economia. Irá proteger o bem-estar de 543 milhões de pessoas e impulsionar o comércio em 20% entre os parceiros, e milhares de milhões de dólares irão para as nossas economias”.
Ao longo do tempo foram levantadas e abordadas diversas preocupações, mas passo a passo foi demonstrado que o acordo comercial pode ser bom para todos, esclareceu Justin Trudeau.
“Podemos criar um crescimento inclusivo e podemos beneficiar os trabalhadores da classe média através da abertura dos mercados e criar maior acesso a bens”, referiu o Primeiro-Ministro do Canadá, e acrescentou que agora que o acordo foi assinado vai começar o trabalho “para garantir que as nossas pequenas empresas, e as nossas indústrias aproveitem o acesso a novos mercados, aproveitem o aumento da concorrência para inovar e fazer avançar as suas próprias capacidades e ter sucesso”.
O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reforça que o acordo “respeita simultaneamente os legítimos interesses de todos os grupos económicos, incluindo as empresas de ambos os lados do Atlântico, ou seja, o Canadá e a UE, e os interesses dos trabalhadores.
E em resposta às preocupações apresentadas, Jean-Claude Juncker afirmou: “Eu passei 17 anos da minha vida como Ministro do Trabalho e não vim aqui para Bruxelas para matar os direitos dos trabalhadores no nosso mercado de trabalho. Este não é um acordo que dará origem a insegurança descontrolada, e a liberdade sem limites de contratar e demitir. Acho que é verdadeiro dizer que todos os futuros acordos devem ser inspirado neste acordo. E se for esse o caso, o mundo dos trabalhadores e o empreendedorismo serão os primeiros vencedores”.