Espera-se que as florestas europeias forneçam recursos renováveis para a bioeconomia, garantam a biodiversidade e outros serviços ecossistémicos enquanto ajudam a mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas. Para isso as políticas florestais europeias devem encontrar um equilíbrio entre apoiar uma espécie arbórea de crescimento rápido, mas não nativa, ou promover espécies de árvores nativas.
As consequências da promoção de árvores não nativas não são, ainda, totalmente compreendidas para os ecossistemas nativos e, por outro lado, a promoção de espécies de árvores nativas, pode levar provavelmente perder a oportunidade para aumentar no futuro fornecimento de madeira para uma construção sustentável.
No oeste da América do Norte, o Abeto de Douglas cobre uma área de quase 20 milhões de hectares numa enorme faixa climática que geralmente apresenta verões bastante secos. Na Europa, o abeto de Douglas foi introduzido como uma árvore ornamental em arboredos e parques desde 1827. A partir do final do século 19, foi plantado numa taxa progressiva nas florestas de vários países europeus, especialmente após a segunda guerra mundial. Isso levou à atual representação relativamente alta de árvores com até 60 anos de idade.
Hoje, o abeto de Douglas, é a segunda espécie de árvore não-nativa mais comum nas florestas europeias cobrindo mais de 800.000 hectares. A maior área de Abeto de Douglas encontra-se na França, seguida pela Alemanha, onde rapidamente se tornou a espécie de árvore não-nativa mais difundida.
A principal razão para o cultivo de Abeto de Douglas é sua alta produtividade e as propriedades da madeira. A cadeia de valor do abeto de Douglas fornece milhares de empregos e dezenas de milhões de euros em rendimento e em empregos. Mas hoje, há outros fatores que também devem ser considerados, podendo ser positivos, como a capacidade do abeto de Douglas de se adaptar e mitigar as mudanças climáticas, ou negativos, como as perceções do público sobre os efeitos prejudiciais sobre os ecossistemas nativos e sua biodiversidade.
O relatório recente de Heinrich Spiecker, e já publicado fornece dados, baseados na ciência, para a tomada de decisões, sintetizando os resultados de investigações relevantes sobre vários aspetos do cultivo de espécies arbóreas não nativas na Europa, como o Abeto de Douglas.