Na noite de 19 de outubro de 1921 ocorreu um dos episódios mais violentos da Primeira República, uma “camioneta-fantasma” causou o terror em Lisboa, retirando à força políticos das suas casas, para os assassinar à queima-roupa. Nunca em Portugal se tinha assistido a nada assim. E nunca mais se voltou a assistir.
Na “Noite Sangrenta”, como ficou conhecida, foram assassinados António Granjo, presidente do Ministério de um governo eleito; Machado Santos e Carlos da Maia, heróis da revolução republicana, entre outras figuras importantes da Nação. Nos dias seguintes, pessoas de renome foram feridas ou ameaçadas.
A inesperada onda de violência daquela noite marcou o início do fim da Primeira República. E abriu portas para a chegada do Estado Novo, tendo inclusivamente sido utilizada como exemplo para a necessidade de defender a ordem. Mais de cem anos depois, ainda ninguém sabe quem foram os verdadeiros mandatários dos crimes, executados por um grupo marinheiros e soldados da GNR integrantes do movimento revolucionário em curso comandados pelo cabo Abel Olímpio, o “Dente de Ouro”. E a mais profunda investigação acabou por ficar a cargo de uma viúva.
No primeiro livro sobre o tema em mais de trinta anos, João Miguel Almeida, autor de D. Manuel II, vencedor do Prémio Grémio Literário, apresenta-nos uma investigação inédita sobre a “Noite Sangrenta”. O material de arquivo sobre os eventos daquela noite esteve desaparecido, ressurgindo de forma inesperada há uns anos. O autor mergulhou na vasta documentação de forma exaustiva, e o resultado está agora nesta obra.
Um livro indispensável para compreender o que aconteceu numa das noites mais violentas da História de Portugal, com lançamento previsto para 4 de setembro de 2024, pela Manuscrito do Grupo Editorial Presença.