América Latina e Caribe são vulneráveis ao Cibercrime

Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) indica que os países da América Latina e Caribe possuem elevadas vulnerabilidades em cibersegurança.

Cibersegurança
Foto ©TVEuropa

Os especialistas, autores do relatório de ‘Segurança Cibernética 2016’, indicam que quatro em cada cinco países não possui estratégia de segurança ou planos de proteção das infraestruturas críticas, e assim, consideram que “a região é altamente vulnerável a ataques cibernéticos potencialmente devastadores”.

“Dois em cada três países não têm um centro de comando e controle de cibersegurança e a maioria dos Ministérios Públicos não possui capacidade para processar cibercrime, entre outras deficiências”, refere em comunicado o BID.

“Este relatório é uma chamada de ação para proteger os nossos cidadãos e a nossa infraestrutura crítica”, afirmou o presidente do BID, Luis Alberto Moreno. “A nossa região chegou tarde à Revolução Industrial. Não podemos perder a oportunidade que se abre à revolução digital. Portanto, a segurança cibernética deve ser uma prioridade”.

Para Luis Almagro, Secretário-Geral da OEA, o ciberespaço faz cada vez mais parte da vida das pessoas e é essencial para o pleno desenvolvimento, pelo que afirmou: “temos de ver a cibersegurança como qualquer outra forma de garantia, uma questão de alta prioridade para os nossos povos, sem a qual estamos expostos a perdas potencialmente catastróficas”.

Os riscos aumentam à medida que a América Latina e Caribe se juntam à revolução digital. “A região é o quarto maior mercado móvel do mundo. Metade da população utiliza a Internet. Há países na América Latina que processam 100% das suas aquisições públicas por via eletrónica”. Mas os “riscos são multiplicados com o advento da “Internet das coisas” onde não só são interligados computadores, mas um universo de máquinas e sensores inteligentes, que controlam praticamente tudo o que usamos diariamente”.

“O cibercrime custa a todo o mundo 575 mil milhões de dólares o que representa 0,5% do PIB mundial, ou seja, é quase 4 vezes mais do que o mundo despende para desenvolvimento”, refere o relatório. Na América Latina e Caribe os custos associados ao cibercrime são estimados em 90 mil milhões de dólares por ano. Com estes recursos poder-se-ia quadruplicar o número de investigadores científicos, indica o relatório.

O relatório recomenda algumas estratégias a serem adotadas pelos países, como sejam, a necessidade de ser criada uma base jurídica harmonizada que aborde os delitos cibernéticos, um entendimento comum sobre infraestruturas críticas e as suas vulnerabilidades, criação de redes de cooperação e formação nos domínios da cibersegurança e a criação de estratégias nacionais de segurança cibernética.