O relatório faz uma análise da situação do mercado das drogas ilícitas na União Europeia (EU), cobrindo “a evolução ao longo da cadeia de abastecimento, desde a produção e tráfico, à comercialização, distribuição e consumo”. Mas também “analisa igualmente os custos consideráveis que esses mercados acarretam para a sociedade, nomeadamente o seu impacto nas empresas, instituições governamentais, vizinhança, famílias, indivíduos e ambiente”, indica em Comunicado a Comissão Europeia.
Para o Comissário Europeu responsável pela Migração, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos, “os criminosos envolvidos no negócio da droga conseguem muito rapidamente tirar partido e prejudicar os fluxos globais de transporte, mercadorias e pessoas, representando simultaneamente uma ameaça para a saúde pública”.
Os criminosos “utilizam as novas tecnologias e a Internet, o crescimento do comércio mundial e as infraestruturas comerciais para movimentar rapidamente os produtos ilícitos através das fronteiras internacionais”.
Mas há atualmente algumas condições que estão a potenciar o trafego das drogas, referindo Dimitris Avramopoulos, que “a instabilidade nas regiões vizinhas da UE poderá ter profundas repercussões no mercado da droga na Europa”, e acrescenta que “as ligações a outras atividades criminosas e a forma como as receitas ilícitas do tráfico de droga podem financiar o tráfico de migrantes e o terrorismo e comprometer os esforços internacionais de desenvolvimento”.
O mercado das drogas ilícitas está em constante evolução, adaptável e oportunista o que representa um enorme desafio para os decisores políticos, os serviços de polícia e a saúde pública. Um mercado que Alexis Goosdeel, Diretor do OEDT, afirma ter objetivos de “lucro e poder”. Só a compreensão desta realidade permite o “desenvolvimento de novas estratégias para combater o crime e proteger a saúde, a segurança e a prosperidade dos nossos cidadãos”.
O relatório conclui que há, para além das rotas tradicionais, uma diversificação crescente das rotas de tráfico, recorrendo os criminosos a rotas “menos diferenciadas por produto”, sendo que “as infraestruturas legítimas de transporte e de logística continuam a ser exploradas e os contentores marítimos representam um canal muito conveniente para a importação de grandes remessas de droga para a Europa”.
Também a “Internet obscura (dark net), o material de anonimização e as criptomoedas oferecem igualmente novas oportunidades para oferta de droga em linha” e, como refere Rob Wainwright, Diretor da Europol, “a produção e o tráfico de drogas ilícitas continuam a representar um dos maiores e mais inovadores mercados criminosos na Europa”