Passados 25 anos do lançamento do programa MEDIA da UE, Andrus Ansip, Vice-Presidente responsável pelo Mercado Único Digital, considera que “o programa MEDIA permitiu que os filmes europeus alcançassem novos públicos nas salas de cinema, em festivais, nas escolas e também através da Internet”.
Em Portugal, o programa MEDIA investiu na produção e divulgação audiovisual com 11,6 milhões de euros, entre 2007 e 2015, tendo apoiado diversas obras e eventos de sucesso como o filme ‘Tabu’, de Miguel Gomes, produção para tv ‘Mistérios de Lisboa’, em 2009, com 298 mil euros, e os festivais de cinema ‘Queer Lisboa’, em 2015, com 20 mil euros e ‘Curtas Vila do Conde’ em 1993 e 2015, com 25 mil euros.
Andrus Ansip considera que é o momento para “tirar partido deste êxito” e continuar a apoiar os criadores “de modo a garantir que os europeus, em especial os jovens nativos digitais (também conhecidos por Geração Z), tenham acesso a uma ampla e variada oferta de conteúdos audiovisuais legais”. Um apoio que está também “em sintonia com os esforços para combater a pirataria”.
Os participantes no encontro debatem temas e exploram “novas ideias, como seja o cinema imersivo, em que os espectadores se sentem parte integrante de um filme, bem como formas inovadoras de colaboração comercial e um acesso mais alargado aos conteúdos”.
Os debates devem contribuir para definir a visão futura e a direção estratégica do programa MEDIA para além de 2020. Uma estratégia que para Günther H. Oettinger, Comissário responsável pela Economia e Sociedade Digitais, passará pelo programa MEDIA da União Europeia ajudar “os criadores a desenvolver, coproduzir, distribuir e promover as suas obras artísticas”.
Günther H. Oettinger referiu que o programa MEDIA é “um instrumento europeu essencial para a competitividade do setor audiovisual”, e afirmou: “Acreditamos em conteúdos inovadores e de elevada qualidade e devemos dar o nosso apoio para que estes prosperem no Mercado Único Digital”.
Os participantes no encontro estão a lidar com algumas questões que se colocam atualmente ao mercado do audiovisual europeu, como sejam:
- Investir nas pessoas: Na corrida mundial ao talento, a formação e o apoio são essenciais para formar a nova geração de criadores europeus e ajudar os profissionais a adaptarem-se às transformações que o setor enfrenta.
- Todos gostamos de histórias: A Europa é boa a contar histórias e as boas histórias resistem à passagem do tempo e atravessam fronteiras. A multiplicação de canais e dispositivos criou níveis de procura sem precedentes e abriu possibilidades para novos formatos e métodos narrativos muito estimulantes.
- Novos caminhos: As novas estratégias de distribuição, que combinam as plataformas e a utilização de novos meios de comunicação e de dados de modo inteligente, são essenciais para que as obras europeias cheguem a novos públicos, em especial aos nativos digitais, que representam o futuro dos mercados do audiovisual.
- Novas formas de financiamento: São fundamentais para desbloquear o investimento de que o setor necessita para ser competitivo no Mercado Único Digital.
Tibor Navracsics, Comissário da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, referiu que “os criadores europeus são líderes mundiais e o programa ‘Europa Criativa’ da UE é vital para assegurar que podem continuar a produzir conteúdos de elevada qualidade e a chegar a um público vasto”.
O Comissário assumiu que a Comissão Europeia vai continuar a apoiar os criadores europeus, “nomeadamente através de instrumentos inovadores, como o Instrumento de garantia para os setores culturais e criativos, que facilita o acesso ao financiamento por parte das PME do setor” audiovisual.
Tendo em conta a “experiência adquirida com o Instrumento de garantia para os setores culturais e criativos, lançado este ano, a Comissão tenciona continuar a desenvolver instrumentos de mercado para complementar os programas de subvenção do programa MEDIA”, acrescentou o Comissário.