Águas balneares europeias aumentam em qualidade

Águas balneares de Portugal como de toda a União Europeia têm vindo a melhorar. Em Portugal as águas das praias do mar e dos rios estão na sua maioria classificadas com nível ‘excelente’.

Praia
Praia. Foto: Rosa Pinto

Relatório anual sobre a qualidade das águas balneares da União Europeia acaba de ser publicado, e indica que mais de 85% das zonas balneares monitorizadas em 2016 satisfaziam as mais rigorosas normas de qualidade, atingindo o nível de ‘excelente’.

As análises permitiram verificar “que a maioria das zonas balneares está isenta de poluentes nocivos para a saúde humana e para o ambiente”, e que “mais de 96% das zonas balneares satisfazem os requisitos mínimos de qualidade estabelecidos ao abrigo das regras da União Europeia.”

O relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e da Comissão Europeia confirma que “as águas balneares europeias estão cada vez mais limpas”, uma tendência positiva que se vem verificando ao longo dos últimos 40 anos.

O estudo permitiu compilar análises de amostras de água recolhidas em mais de 21 mil zonas balneares costeiras e interiores e assim dar “uma boa indicação de quais são os locais onde se poderá encontrar a melhor qualidade da água neste verão”.

As análises permitem monitorizadas as águas balneares “para deteção de contaminação por poluição fecal proveniente das águas residuais ou da agropecuária.”

A contaminação fecal de água continua a representar um risco para a saúde humana, especialmente se se verificar nas zonas balneares. Nadar em praias ou lagos contaminados pode dar origem a doenças.

As principais fontes de poluição são as águas residuais e as águas de drenagem provenientes das explorações e dos terrenos agrícolas. Este tipo de poluição aumenta em caso de chuvas fortes e de inundações devido às descargas das águas residuais e das águas de drenagem poluídas nos rios e nos mares.

A classificação de ‘excelente’, ‘boa’, ‘suficiente’ ou ‘medíocre’, é feita em função dos níveis de bactérias fecais detetadas. Caso as águas balneares sejam classificadas como ‘medíocres’, os Estados-Membros devem tomar determinadas medidas de gestão, nomeadamente proibir ou desaconselhar a prática balnear, informar o público e adotar as medidas corretivas adequadas.

Em 2016, 96,3 % dos locais cumpriram os requisitos mínimos de qualidade definidos na diretiva da UE relativa às águas balneares, ou seja, apresentaram qualidade ‘suficiente’. Este valor é ligeiramente superior ao verificado em 2015, que foi de 96,1 %. Mas em 2016, 85,5 % das zonas balneares atingiram o nível mais rigoroso da diretiva, ou seja, qualidade ‘excelente’, um valor em alta face a 2015 que foi de 84,4 %.

Qualidade das águas balneares na Europa
Qualidade das águas balneares na Europa

Karmenu Vella, Comissário responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, afirmou: “A excelente qualidade de águas balneares europeias não é um mero acaso; é o resultado do trabalho árduo de profissionais empenhados. Demonstra a importância das políticas da UE que promovem o desenvolvimento de postos de trabalho verdes”.

Hans Bruyninckx, diretor executivo da AEA, indicou: “É encorajador ver que um número cada vez maior de zonas balneares em toda a Europa cumpre as normas de qualidade mais elevadas. Isto ajuda os europeus a fazer escolhas mais informadas sobre as zonas balneares que tencionam visitar este verão”.

O diretor executivo da AEA indicou ainda que a qualidade das águas balneares “mostra a eficácia das políticas ambientais e os benefícios práticos para a proteção da saúde humana e para o nosso quotidiano quando a recolha e a análise de dados são feitas com excelência.”

Conclusões importantes:

Todas as zonas balneares analisadas na Áustria, Croácia, Chipre, Estónia, Grécia, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Malta, Roménia e Eslovénia alcançaram, pelo menos, uma qualidade ‘suficiente’ em 2016.

Em cinco países, 95 % ou mais das águas balneares foram classificadas como sendo de ‘excelente’ qualidade: Luxemburgo atingiu excelente em todas as 11 zonas balneares, Chipre teve 99 % dos locais, Malta também passou com 99 %, Grécia com 97 % e Áustria com 95 %.

Em 2016, 1,4 % dos países da UE tiveram zonas balneares classificadas como qualidade da água ‘medíocre’. Entre as épocas balneares de 2015 e 2016, o número de águas balneares classificadas como ‘medíocres’ diminuiu de 349 para 302 na UE.

O número mais elevado de zonas balneares com água de qualidade medíocre regista-se em Itália com 95 zonas balneares ou 1,8 %, França com 82 zonas balneares ou 2,4 % e Espanha com 39 zonas balneares ou 1,8 %.