A Suzuki marcou uma geração com o seu modelo Vitara nas suas várias versões sendo que a Turbo Diesel era a que mais se destacava e que, na altura, face à altura da tomada de ar, obrigava-o a pagar classe 2 nas portagens. Era, na altura um “jeep” muito honesto e que cumpria os requisitos tanto, em estrada como em todo o terreno.
Inicialmente a marca esteve ligada às duas rodas e ainda tentou, na década de 30, criar um modelo automóvel mas veio a definhar por alturas da Segunda Guerra Mundial, tendo depois lançado aquele que também é um dos seus ícones – o Jimmy. Na década de 80 a marca associou-se à GM e começou a comercializar os seus produtos, como o Samurai, ou mesmo o Swift que tanto sucesso fez em Portugal. Sempre associada à produção de automóveis compactos e granjeando seguidores por causa da fiabilidade.
Ao longo dos anos a marca manteve-se no ativo e, em 2017, muito por força da globalização e das parcerias entre vários construtores, a marca enceta uma parceria com a Toyota que atualmente vai permitir-lhe uma outra presença nos vários mercados, podendo apresentar, de futuro, modelos híbridos (de tecnologia Toyota) e a Toyota ganha na utilização de modelos compactos – o core da Suzuki – e também na entrada em mercados importantes e inexplorados como a India.
Atualmente, o Vitara mantém-se fiel ao princípio com que foi construído, baseado na criação de um SUV, com tração total, funcional e a preço muito interessante. A estética embora distinta do modelo original mantém ainda alguns traços mas surge nesta geração mais estilizado e jovem, acrescentando-lhe também os necessários cromados e LED’s, hoje em voga.
E 25 anos depois a Suzuki aproxima o Vitara ao segmento urbano e dos utilitários – mas sem medo da estrada – e a segmento jovem. Desaparecem também as motorizações a gasóleo passando o modelo a estar somente disponível a gasolina com, e sem caixa automática.
Caraterísticas do modelo
O motor disponível 1.0T GLE 4WD com 111 Cv é a nova aposta da marca (existe o 1.4) sendo que existe a possibilidade de ter tração dianteira ou 4WD, caixa de 5 ou 6 velocidades ou automática.
Os materiais utilizados no Vitara são equiparados a modelos de outras marcas do mesmo segmento, onde se utilizam vários plásticos rijos mas onde a qualidade dos mesmos e da montagem é de bom nível. O tablier é minimalista (o que pessoalmente é um elogio, sem demasiadas formas) com um ecrã central de 4.2” e um botão junto ao travão de mão AllGrip para selecionar os níveis Auto, Snow ou Sport
Num modelo com características urbanas nada como o levar a “conhecer” a Covilhã e a arte urbana da cidade. Para tal teve de percorrer muitos kms em estrada e autoestrada e onde se revelou um bom companheiro, confortável e com um comportamento saudável, coadjuvado pela tração total. A direção é precisa mas podia ser mais comunicativa e a caixa de velocidades nesta versão era de 5 velocidades, o que, nalgumas situações em estrada se notou que a existência de mais uma velocidade era salutar e baixaria os consumos que rondaram sempre os 7,6 l/100 kms. A precisão da caixa saúda-se e o VITARA, aliás como é apanágio da marca, vinha com todos os novos argumentos de segurança, desde o sensor de laser DSBS (detetar veículos e peões e assistir o condutor em caso de travagem brusca), controlo de travagem de emergência autónomo a saída involuntária de estrada, deteção no espelho retrovisor exterior da presença de viaturas no ângulo morto, assistente de mudança de faixa, alerta de tráfego posterior e reconhecimento de sinais de trânsito.
Percorrer a cidade
Em cidade o Vitara é expedito e ágil sendo fácil “digerir” uma cidade com ruas estreitas e muitas vezes com cruzamentos perpendiculares. Aqui, foi um dos locais onde os sistemas de ajuda presentes mais fizeram sentido. E, nesse âmbito o VITARA percorreu a Arte Urbana da Covilhã pela objetiva do fotógrafo António Fidalgo, onde muitas vezes, para uma fotografia, foram necessários mais de 40 minutos para conseguir que a viatura chegasse legalmente à imagem patente nas paredes da Covilhã, o que denota também que a largura e comprimento dos novos modelos está bem maior que há uns anos, o que é salutar para os passageiros, pelo maior conforto e disponibilidade de espaço mas que, nalgumas situações, já temos ruas pequenas demais para as viaturas urbanas.
Em resumo, o regresso do VITARA saúda-se e ganhará certamente uma maior presença europeia e nacional com esta parceria com a Toyota, mas mais importante que isso, mantém viva a responsabilidade da marca numa identidade que sempre incorporou nos seus modelos.
Preço unidade ensaiada: 22.149€ (mais 712€ da pintura em dois tons)
Preço base da versão 2WD (17.340€)