Quando o primeiro Twingo saiu em 1993, o conceito revolucionário à época e um design fora do habitual, colocaram-no num patamar de grande notoriedade. Vários conceitos utilizados eram uma inovação (quem não se recorda do exemplo dos bancos rebaterem e fazerem com os bancos de trás uma cama), com uma carroçaria monovolume, o painel de instrumentos no centro, o banco traseiro deslizante que permitia aumentar ou reduzir espaço para as pernas por capacidade de bagagem, um só motor e uma só versão, sendo os opcionais o ar condicionado e o teto de abrir.
Mais tarde, o modelo evoluiu, nos extras, nos motores, até que em 2014 surge a parceria com a Daimler para o relançamento do Twingo, onde a partilha da mesma base, de alguns componentes, permitiu recentrar o modelo com o seu nicho de mercado. É também a primeira vez que o modelo se “veste” com 5 portas.
O novo Twingo visto de qualquer ângulo é, juntamente com o SMART um modelo que cativa. Cada um com os seus argumentos, mas nenhum deles deixa ninguém indiferente. O Twingo, obviamente alinhado com a imagem Renault aposta na atual grelha com o logotipo da marca bastante destacado, com a pega das portas traseiras disfarçadas no pilar C, numa escola que começou com a Alfa Romeo e que, nesta versão Exclusive se destacava com os vidros traseiros de abrir a compasso, escurecidos, as três cores disponíveis (verde pistachio no ensaio), espelhos retrovisores de cor negra, o xadrez nas laterais e no teto de abrir em lona com apontamentos de cor iguais à cor da carroçaria e portão traseiro em vidro escuro. Detalhes que pretendem cativar um público jovem e irreverente onde a imagem é fundamental.
No interior encontramos o mesmo padrão do teto de abrir, em tons de verde com apontamentos em pele e num ambiente que podíamos considerar um vintage moderno.
Tal como o Beetle, o Fiat 500 e outros, a consola dianteira evidencia a cor exterior e alguns plásticos a negro, onde o design é mais uma vez bem conseguido e apelativo.
Os bancos integrais são confortáveis e alinhados com o volante (de excelente pega) e os 2 pedais – a caixa é automática – o potente ar condicionado e os muitos espaços de arrumação são uma marca deste modelo. O painel de instrumentos de fácil leitura e um sistema de som que surpreende. Nas portas, tentou-se ao máximo colocar materiais suaves ao toque e a cor escolhida – preto – conferem sobriedade ao modelo que contrasta com a cor exterior. O espaço à frente é bom e justo atrás mas obviamente não se pode esperar muito mais de um veículo que por si só é pequeno. A bagageira está na média do segmento (o motor e tração atrás – outra novidade do Twingo mas que também lhe permite melhorar o comportamento, a distribuição de massas e a brecagem).
Dinamicamente encontramos um modelo que é ótimo para a cidade, seja pelo tamanho que exibe, seja pela desenvoltura com que circula e pela excelente brecagem que possui. A direção muito desmultiplicada funciona bem em cidade e também em estrada.
Diria que a caixa de velocidades automática deste modelo ajuda a facilitar em muito a vida na cidade conjugados com os 90cv do motor tricilindrico de 0.9 litros turbo.
Em termos de médias conseguimos em cidade 6.8l e em estrada 4.3l a 4,7l cumprindo a lei.
Com preços a iniciarem-se nos 9.400 euros, a versão ensaiada, 0.9 turbo Exclusive com caixa automática, recheado com quase todos os extras e teto de abrir em lona possui um valor final cerca de 16.000 euros.