O Qashqai foi um daqueles modelos que criou escola quando foi lançado no mercado. Num mercado em constante ebulição, fervoroso de novidades, a Nissan, com sucesso incomensurável, apresentou um modelo que colocou toda a concorrência em alerta e obrigou-a a reagir.
Para quem conhece a Estratégia do Oceano Azul de W.Chan Kim e Renée Maubrgne, podemos afirmar que a Nissan criou esse novo oceano azul, em detrimento de entrar num mercado onde existiam vários players, com os riscos de somente ir ocupar uma pequena fração de mercado.
Desde sempre reconhecido pelo público que o acarinhou e pacientemente se manteve em lista de espera, até à concorrência que teve se de atualizar, tudo foi novidade no ano do lançamento.
E as razões eram óbvias, num modelo mais alto que o tradicional automóvel, amplo espaço interior, estética apelativa e argumentos que a Nissan soube – e bem – capitalizar a seu favor. As sinergias com a Renault permitiram não somente a redução de custos mas a aposta em soluções comprovadas.
Mas, passados vários anos as marcas sabem que manter um produto, por mais apetecível que seja, o seu nível de maturidade é já elevado e torna-se necessário a sua reformulação. Nalgumas marcas a aposta na renovação passa por mudar a estética e entrar numa nova filosofia estética. Atualmente sabemos que o consumidor está cada vez mais exigente e mais informado e cada vez mais é ele que decide o momento, o local e a viatura que pretende (em média o comprador passou de visitar 4 concessionários para ir aquele que ele sabe que tem o que ele pretende e como ele pretende) e esta nova forma de contacto com o consumidor obriga as marcas a manterem uma identidade própria dos seus modelos que os identifica, alterando-os, renovando-os mas sem excessos estilísticos. E aqui a Nissan está de parabéns, pois soube captar a génese do modelo inicial e atualizá-lo.
E, neste modelo, naquilo que a marca designa como a Mobilidade Inteligente, dotou o Qasqhai do Propilot (condução autónoma), onde algumas das funções como a manutenção de faixa, o sistema inteligente de controlo de velocidade, a visão 360º, a travagem de emergência ou mesmo o reconhecimento de peões fazem parte deste novo paradigma automóvel que se aproxima a passos largos. Outros detalhes como o para-brisas aquecido, teto panorâmico, estofos em pele “Napa” com textura 3D em bancos dianteiros aquecidos monoform são pormenores bem-vindos neste novo 1.6.
Em termos de espaço interior o Qasqhai convive bem com 5 adultos e muita bagagem, estando a ergonomia num bom patamar, a par da colocação dos vários comandos estrategicamente bem colocados.
A versão de ensaio contava com o propulsor 1.6DCI de 130 Cv e caixa automática. E, para quem gosta deste tipo de condução, o Nissan permite grandes viagens seja em autoestrada, estrada e na cidade, mantendo bons níveis de conforto e insonorização, onde o balanceamento da carroçaria não é um fator que deva ser referido (com a inclusão do Chassis Control: Controlo Inteligente da Trajetória e Controlo Inteligente de Carroçaria).
Em termos de consumo, o modelo seguiu de perto as medições da marca com médias de 6,2 em autoestrada.
De salientar que a marca incorporou no Qasqhai um pedido de patente sobre uma tecnologia que melhora o desempenho aerodinâmico – “gerador de vórtices”- integrada na parte inferior do para-choques frontal do Qashqai e que, sendo uma tecnologia existente na indústria aeronáutica, estas secções ligeiramente elevadas na superfície do para-choques dividem o fluxo de ar por baixo do automóvel por forma a ajudar a reduzir o atrito e diminuir o ruído do vento.
Por último, um detalhe para o sistema de som fornecido pela BOSE, com dois tweeters, um woofer em cada porta dianteira e uma coluna em cada porta traseira a que se juntam dois woofers alojados numa caixa personalizada na cava da roda sobressalente e um amplificador digital BOSE com oito canais de equalização padrão e processamento de sinal digital está montado sob o banco do passageiro.
Valor final entre 24.800 e 36.850€ (versão topo de gama com todos os extra incluídos).