A prova que a Nissan sabe construir este género de automóveis está bem patente na extensão deste modelo (NAVARA N-Guard) para a parceria com a Daimler e com a Renault com a pickup X e Alaskan, respetivamente.
Da versão anterior a NAVARA ganha volume, imponência e dinamismo. Estaticamente não é indiferente a ninguém e o modelo – mesmo sendo uma análise pessoal – é apelativo. É certo que as dimensões contribuem também para esta imponência 5.225mm de comprimento para uma distância entre eixos de 3150mm e uma largura de … 2075mm, razões mais que suficientes também para enfrentar a cidade, algumas estradas nacionais e municipais com maior atenção.
A Nissan apresenta o modelo com dois tipos de cabine – um mais para trabalho (KING CAB) e o do ensaio (e esta é uma versão também especial) com cabine dupla.
Não tendo conduzindo a KING CAB mas pela informação disponibilizada fica a nota que esta versão ensaiada pelas alterações na suspensão é sempre bem mais confortável que a versão de trabalho.
E foi exatamente para perceber esse comportamento da Nissan que a levámos de Lisboa até à Serra da Estrela, mais em particular até à Pousada da Juventude nas Penhas da Saúde (onde até encontrou um irmão de marca elétrico, consentâneo com o posicionamento ecológico da Pousada). Para isso fizemos um trajeto misto. Cidade em Lisboa e na Covilhã, autoestrada entre Lisboa e Santarém, Estrada Nacional e municipal até ao Entroncamento, AE e depois IC e estrada nacional. Nesta multiplicidade de cenários, ficou bem patente o espirito da NAVARA. Numa época em que o SUV é moda e cada vez mais urbano, a pickup mantém a liberdade de enfrentar quase todos os terrenos (opções de tração 4×4 High e 4×4 Low o seu diferencial traseiro de bloqueio) mas sobretudo uma utilização prática, jovial e aventureira de uma viatura. Nestes trajetos deu para compreender que o conforto está muito ao nível de vários familiares do mercado e o comportamento, mesmo numa viatura muito alta e não criada de raiz para ser um familiar, é de bom nível. A utilização da caixa de velocidades é precisa e não é muito utilizada dado o binário disponível. Neste ensaio, sem preocupações com consumos mas mantendo a velocidade em limites legais, a média rondou os 9 litros.
O interior bem construído e que se enquadra na imagem de família da marca, serve tanto esta versão como a de trabalho, o que significa que é bem construído com uma utilização de plásticos duráveis e rijos em muitas zonas. Os bancos são confortáveis e com bom suporte lateral, a ergonomia está num bom patamar (novamente a comparação com qualquer família não é descabida) e este modelo possui todas as mordomias mais recentes da marca (desde os sensores, câmaras de visão 360º, alerta de travagem de emergência, ecrã multitoque, chave inteligente, bancos aquecidos, …) demonstrativo da utilização polivalente da pickup.
Em resumo, a Navara é uma das viaturas que pode ser uma boa opção para quem não segue a moda dos SUV e pretende uma viatura que tanto sirva como familiar e como viatura de trabalho, num modelo que está up-to-date com a atualidade do mercado automóvel. PVP a partir de 37.000€ (versão N Guard motor 2.3 160Cv: novo acabamento a preto da grelha, dos faróis, dos espelhos, dos puxadores das portas, das barras de tejadilho e das jantes, incluindo sensores de estacionamento e teto de abrir escurecido; bancos em pele)
O autor agradece as condições concedidas pela Pousada da Juventude da Serra da Estrela