O mundo automóvel está cada dia a mudar muito rapidamente, seja pelas novas tecnologias existentes, pelo incremento da segurança – ativa e passiva, seja no combustível usado – gasolina, GPL, gasóleo, “eletricidade”.
Facilmente transitámos de veículos a gasolina para veículos com menor consumo a gasóleo, e hoje, com a procura de soluções alternativas aos combustíveis fosseis, a par de uma consciencialização mais ambientalista, cada marca ou grupo automóvel tem trilhado um caminho diferenciador. E, se algumas continuam a oferecer uma panóplia de alternativas para todos os segmentos, outras apostam somente em viaturas elétricas e outras em soluções hibridas. Certo é que, tal situação, tem gerado em cada uma o desenvolvimento de vastas soluções de mobilidade e provocado novos desenvolvimentos e inovações.
E, no particular do ensaio, a Toyota e a Lexus têm desenvolvido soluções onde combinam o motor de combustão com o sistema elétrico, numa solução que se tem revelado acertada – pelas vendas geradas – e que tem sido escalada para toda a gama, desde o Yaris na Toyota ao LC ou GS da Lexus.
E então por onde começar neste ensaio do Lexus CT200h?
Inaugurada uma tendência estilística com o primeiro CT200 a marca mantém a (apelativa) estética em dois volumes, com detalhes que transpiram robustez e elegância, mas sobretudo, alguma exclusividade; importante numa marca que representa o premium do Grupo. Por isso mesmo, encontramos nas formas bem esculpidas com um uma grelha que se destaca em toda a dianteira, faróis LED (frente e traseira) uma traseira truncada e bem definida.
Já no interior facilmente “mergulhamos” num espaço que transparece elegância, sobriedade e exclusividade. A marca aposta num desenho interior “tradicional”, sem grandes concessões ao experimentalismo de soluções arrojadas, bancos em Tahara e uma qualidade de construção de referência. Os bancos acolhem-nos confortavelmente e o modo como a consola central foi esculpida apresenta uma usabilidade muito boa onde somente falta conter alguns botões esquecidos entre a coluna de direção e a porta do condutor e que poderiam certamente ocupar uma posição mais visível. Denota-se em todo o modelo um cuidado nos pequenos detalhes, na pele e nos plásticos moles um pouco por todo o habitáculo e em detalhes sóbrios no toque “robusto” nos vários botões da consola.
É o momento de ligar a chave – leia-se clicar no Start – e o silêncio imperar, pois o CT arranca em modo elétrico. E as sensações ao volante mostram um chassis equilibrado, um comportamento referencial e acima de tudo, percebe-se o enorme trabalho cirúrgico que foi realizado para “isolar” o condutor do mundo exterior.
Tanto na opção ECO como Sport (rodando um manipulo na consola central) – o Lexus altera também a sua atitude e o painel de instrumentos. Podemos afirmar que o Lexus apresenta quase sempre um bom compromisso entre eficácia e eficiência, em conforto, em comportamento e também no modo correto como encara as curvas e as mudanças bruscas de direção (não esquecer que transporta umas baterias que alteram sempre o comportamento de uma viatura) valendo o rigoroso acerto do chassis que só em extremos “nos avisa” da sub ou sobreviragem.
Em termos de espaço interior traseiro o Lexus não sendo uma referência, tem bom espaço, sendo que a capacidade da bagageira assume uma volumetria mais reduzida para conseguir incorporar as baterias.
Em termos de consumo e sem grandes preocupações, a média cifrou-se nos 5.8 litros. Uma referência para o selector da caixa de velocidades, com a posição R para a marcha-atrás, D para condução, e o modo B, para permitir uma maior recuperação de energia. O modo EV (elétrico) permite circular até aos 50km/h com uma autonomia de dois quilómetros. O motor de combustão é um 1798cc que com a unidade eléctrica, debita uma potência combinada de 136cv.
Um detalhe da marca no uso de Tahara, uma pele sintética que pesa metade que a pele e é menos poluente de ser fabricada, e segundo a marca, produz menos 65% de CO2 e não contem compostos orgânicos voláteis. Fica sempre a questão entre optar por um gasolina tradicional, um diesel (mais económico), um elétrico ou um gasolina hibrido. Diria que, atualmente as novas gerações atribuem uma maior prevalência ao fator ambiental, existe também uma maior pressão social e politica e previsivelmente este tipo de soluções (ou somente elétrica) tendem a marcar maior presença no mercado. A decisão mais acertada é sempre tomada pelo cliente que, face à utilização, às suas necessidades, mas também ao modo como segue a sustentabilidade do Planeta, em consciência, toma a melhor decisão. Para nós, em jeito de conclusão, mencionar que a Lexus, consegue evidenciar um produto de grande qualidade que mantém intacto o seu posicionamento premium, com um produto bem construído, esteticamente conseguido e com consumos comedidos, tudo isto, por valores entre os 30.000 euros e os 42.000 euros da versão F Sport (Versão Ensaio: 33.700 euros).
Artigo de opinião: Jorge Farromba