Tornou-se já um lugar-comum o elogio às marcas KIA e Hyundai pelo modo como conseguiram, em poucos anos, implementar-se em solo europeu e passarem a ser um player importante no momento em que o consumidor escolhe a próxima viatura.
Ciente de que hoje é o consumidor que domina o mercado e “sugere” qual o modelo que quer ver desenvolvido pelas marcas, a Hyundai foi fiel a esse princípio e apostou na oferta de um Crossover – SUV compacto – que compete no mercado típico do Qasqhai. Para tal, apropriou-se de linhas bem conseguidas que encontramos no modelo de topo da marca e desenhou um pequeno Santa Fé.
E essa é porventura uma das suas maiores conquistas, pois a estética cativante do Santa Fé faz eco no Tucson, com arestas bem definidas, uma linhagem de família coerente, que alia a desportividade com a robustez, com uma grelha a marcar toda a dianteira e que é hoje a imagem de marca da Hyundai.
No interior a marca segue pela mesma bitola ao aproximar o Tucson do Santa Fé, numa interpretação do interior já visto em vários modelos, por exemplo, com o ecrã central embutido no tablier, os vários comandos/botões transpostos do que é hoje a interpretação estilística da marca. Não existe aqui uma mudança disruptiva no desenho do painel de instrumentos, mas uma aposta em soluções consensuais. O espaço interior que já era um ex-libris do Santa Fé é, neste modelo, de bom nível, bem acima do seu grande rival da Nissan, com a oferta de muito espaço interior quer em comprimento quer em largura, sendo que a posição de condução – e a qualidade dos bancos – são de realçar. O espaço no banco traseiro permite que 5 passageiros convivam espaçosamente e que mesmo assim guardem na enorme bagageira com mais de 500 litros as suas bagagens.
Num modelo onde claramente viajamos mais alto que uma viatura normal, a adaptação a essa realidade, quando antes se conduziu uma viatura “normal” exige um período de adaptação; seja pelo recorte da estrada, mas fundamentalmente pelas abordagens em curva. Após alguns quilómetros somos envolvidos pelo Tucson e percebemos que as curvas podem ser abordadas com convicção e não corremos o risco de adornar em demasia, nem de algum susto. E por falar em comportamento, nada melhor do mencionar a perceção que tivemos com o mesmo. Francamente confortável, silencioso, bem insonorizado, com materiais de qualidade e uma boa montagem, o Tucson, quer em cidade quer em estrada demonstra uma agilidade surpreendente. Consegue digerir com eficácia as irregularidades do piso, aborda as curvas com agilidade, com uma direção bem mais comunicativa que em modelos anteriores, e sobretudo com uma solidez de comportamento digna de registar. É certo que os 115Cv podem parecer “curtos” para este modelo, mas tal só se verifica com o modelo totalmente carregado de ocupantes e bagagem, onde aí sim, importa calcular bem ultrapassagens mais fogosas.
Em termos de equipamento, também é um lugar-comum a ampla oferta presente em todos os novos modelos das marcas – onde o Abs, Bluetooth, ESP e outros sistemas são banais – e a oferta centra-se hoje num extenso pacote tecnológico de segurança ativa e passiva – muito evoluído e que em ensaio não revelou erros ou falhas
Com preços entre os 28.000 euros (1.6GDI a gasolina), os 32.000 euros a 40.000 euros (1.7Cdri) até aos 56.000 euros para a versão 2.0CRDI 4×4 e caixa automática, num modelo Classe 1, quando utilizado em conjunto com a Via Verde.