O novo Hyundai Tucson construído na Europa que, de geração em geração, tem crescido alguns centímetros, melhorado o produto inicial mas sobretudo ganho dimensão no mercado automóvel. As alterações mantêm os traços principais do modelo anterior mas adaptado à nova imagem da marca.
Da grelha em cascata, à nova assinatura de faróis full LED com o para-choques dianteiro elevado, um novo design das jantes e com uma traseira redesenhada contribuem para o visual apelativo com que o modelo se apresenta.
E o orgulho da marca vem já de 2016, onde o modelo ganhou o prémio IF Design e o ‘Best Car of the Year‘ da ABC.
E, de facto, o Tucson revela-se sobretudo como um pequeno Santa Fé, com uma dianteira que impõe respeito mas é elegante nas suas linhas e com uma traseira onde a assinatura dos faróis horizontais cria uma harmonia do conjunto.
No interior – obviamente mais elevado que os I20, I30 – o acesso é fácil e acolhedor. Uma vez instalados no Tucson não ficamos com a ideia de estarmos demasiado altos face ao chão, mas sim na altura exata. O interior segue a bitola da marca – rigor, boa qualidade de construção e montagem, com parte dos plásticos moles nas zonas superiores do tablier. Os bancos acolhem-nos com conforto e apoio lateral suficiente. Sabemos que estamos num Hyundai pois o modo como o habitáculo nos acolhe – banco, pedais, alavanca da caixa e volante – são replicados de todos os modelos, o que é elogioso. O espaço interior é de bom nível tanto à frente como atrás e a bagageira é mais que suficiente para 5 pessoas.
Pessoalmente, prefiro encontrar modelos onde o ecrã central se encontra embutido no tablier – o que não é o caso – mas encontra-se no plano ideal para quem está a conduzir não tirar em demasia os olhos da estrada.
A condução inicia-se com o simples clicar num botão (o comando está no bolso e também já não é necessário para destrancar e trancar as portas) e a primeira sensação que surge é que o refinamento do ruído está, nesta geração ainda mais cuidada. A caixa de 6 velocidades precisa cumpre a sua missão num motor com 1.600cm3 e 116cv – onde curiosamente, por estar bem escalonada, parecem ser bem mais cavalos.
O “pisar” da suspensão é eficaz, confortável, pouco audível e firme, não passando grandes trepidações para o habitáculo. O peso da direção é regulável entre o normal e o desporto, sendo que a direção é agora mais ágil, comunicativa e menos filtrada que a anterior. Também por isso, o comportamento do Tucson é hoje mais eficaz, principalmente em curva, com inserções corretas à entrada e saída das mesmas e onde a tração dianteira não perde aderência em situações normais.
Este modelo é também o primeiro modelo da marca com sistema de motorização “mild hybrid” a diesel, suportado por um motor elétrico de 48V. Tal reflete-se nos consumos mais baixos e emissões mais reduzidas.
Em resumo, um modelo que nesta renovação corrigiu ou incrementou detalhes que a marca percebeu era do interesse do público, num best-seller que tem trilhado o seu caminho com soluções bem válidas e onde, mesmo sendo um modelo “grande” se conduz com extrema facilidade. É intuitiva a sua condução e os seus limites de condução. O comportamento foi apurado e o conforto continua a ser uma tónica do modelo, com consumos na ordem dos 7.2 litros, com sistema start-stop ligado e a bateria existente, ainda para mais porque passou a ser classe 1 nas célebres portagens. Tudo isto com uma garantia de 7 anos…sem limite de kms e com preços a começar nos 22.800€ até aos cerca de 30.000€ da versão ensaiada com bancos em pele aquecidos, sistema de navegação.
Uma nota que importa e que já é comum em quase todos as viaturas ensaiadas que são os sistemas de segurança onde o ABS já nem se comenta, bem como, o ESP, sistema mãos livres, comandos no volante mas, até mesmo os sistemas de aviso de colisão iminente, viatura no ângulo morto, sistema de manutenção na faixa de rodagem, máximos automáticos, sistema wireless de carregamento do telemóvel são, de tal modo já habituais e evoluídos que quase já não são destaque. E é fácil adaptar-nos a eles onde somente sentimos a sua ausência e a preciosidade de os ter quando conduzimos outras viaturas que não os têm e que, aí compreendemos o quão as marcas estão a fazer para reduzir a sinistralidade.