Hyundai criou, não um, mas três modelos IONIQ: Hibrido; Plug-in e Elétrico. Iguais exterior e interiormente, mas diferentes no seu modo de propulsão, deixando, deste modo, ao consumidor a tarefa de escolher aquele que mais se adequa ao seu modo de vida. Claramente um caminho que todas as marcas começam a seguir no sentido de trabalhar quase cliente a cliente, para lhe oferecer o que este pretende.
Pode-se afirmar que a marca distingue os modelos em pequenos apontamentos, como no caso do Elétrico, a zona frontal exterior com a ausência da grelha da marca, surgindo em substituição uma zona plástica fechada em cor cinzenta. No interior, mantém-se o desenho bem conseguido de todo o tablier, com recursos a plásticos moles, num estilo mais tradicionalista por forma a captar todos os públicos. O exercício das marcas em termos estilísticos passa por apostar em soluções reconhecidamente vendáveis do que embalar em soluções futuristas que podem não colher adeptos.
A posição de condução mantém-se num bom nível, com bancos que acolhem bem todos os ocupantes, não somente em largura, mas também, em comprimento (algumas vezes um artificio das marcas em dotar os bancos com menos comprimento, de modo a, visualmente, transparecer um maior espaço interior).
A alteração mais visível do Elétrico face ao Hibrido prende-se com a consola central entre os bancos que surge numa configuração mais larga e com um layout que proporciona o acomodar de amplos objetos. Por força da utilização do modo elétrico, também a marca optou pela colocação junto ao tradicional seletor da caixa de velocidades, quatro botões para gerir o IONIQ (D, N; R; P) e num plano bem mais recuado o travão elétrico (que, se selecionado quando paramos, ativa automaticamente a função P, mas onde o contrário não se verifica).
Uma nota de segurança interessante. Se tentar arrancar com o IONIQ sem cinto de segurança e com o travão elétrico acionado, este só é desativado quando coloca o cinto de segurança.
Se, em termos estéticos e estáticos as diferenças face ao seu irmão Hibrido são mínimas, falta perceber o comportamento do IONIQ com as baterias colocadas no modelo. E, a solução encontrada pela Hyundai foi colocar as mesmas maioritariamente em cima do eixo posterior. No eixo dianteiro os restantes elementos que permitem deslocar o automóvel e, com isso, conseguir tentar equilibrar dinamicamente o elétrico. A solução encontrada revela-se adequada e demonstra um bom trabalho efetuado pela marca no domínio do comportamento dinâmico, mas sobretudo, conseguiu garantir uma presença em curva correta, adequada e “limpa”, sem sobreviragens. O IONIQ conta também com a presença de pneus finos e de classe A, pensados para a economia de “combustível”
Em termos de autonomia resolvemos testar o IONIQ em cidade, estrada e autoestrada sendo que, tal como todos os elétricos, o ar condicionado, mesmo numa vertente ecológica é o responsável pela perda acelerada de autonomia. A iluminação por LED não é intrusiva ao ponto de prejudicar muito a autonomia, assim como, o volante e os bancos aquecidos.
Considerando que a autonomia máxima registada é de 193 kms, resolvemos fazer um percurso em estrada com a média final de 82km/hora. Dos três modos de condução (normal, eco e sport) optámos pelo ECO. O percurso contava com zonas de 50km/hora, semáforos e maioritariamente plano. Sempre que possível o recurso ao cruise control. No final de 133kms reais registámos uma autonomia de 69km. Acreditamos ser possível mais de 200kms reais com a autonomia do IONIQ mas também deu para perceber que de Lisboa a Évora (quase 100km) existe todo um vazio de opções de carregamento seja na autoestrada seja nas estradas nacionais.
Em resumo, o IONIQ elétrico é uma opção válida, consistente, num produto que se apresenta com uma construção sólida, com uma gama de soluções tecnológicas muito interessantes e que apresenta um comportamento dinâmico relevante. Em termos de garantia a marca oferece 5 anos sem limites de kms e 8 anos ou 200.000 kms nas baterias, o que atesta bem a confiança que a marca detém na fiabilidade do modelo. Preço final é de 39.500 euros.