As impressões que o Honda Jazz 1.0 de 3 cilindros nos tinham fornecido foram o mote para o ensaio do 1.5, a gasolina, atmosférico e com …130 CV.
Face ao seu irmão menos musculado, o Honda Jazz 1.5 apresenta-se com entradas de ar dianteiras que recriam a imagem do atual CIVIC, com um filamento vermelho na sua base, para-choques traseiro mais encorpado com difusor, jantes de liga leve em preto brilhante com pneus 185/55 R16, e os já habituais elementos de segurança, como sistema de aviso de colisão, saída da faixa de rodagem mas também, cruise control, câmara traseira, máximos automáticos, bancos aquecidos (e que jeito deram), faróis de LEDs, spoilers nas embaladeiras laterais, spoiler na tampa da bagageira.
Outros elementos do Honda Jazz 1.5, como a instalação de um módulo do sistema complementar ao SRS do tipo flutuante que serve como amortecedor dinâmico, para minimizar as vibrações no volante, ou o fundo do veículo com proteções aerodinâmicas para minimizar os fluxos de ar e ajudar a reduzir o arrastamento, o sistema EDDB (Early Downshift During Braking) que utiliza a potência do motor para auxiliar o condutor nas travagens onde o sistema EDDB aumenta automaticamente a rotação do motor para permitir maior efeito de travão-motor, ou a função “Fast Off” que mede a rapidez com que o condutor solta o pedal do acelerador e mantém a rotação para fornecer travagem com o motor nas situações onde o condutor tenha soltado o pedal do acelerador rapidamente, demonstram a preocupação da marca na oferta de um produto diferenciador e com potencial para se afirmar no mercado.
O Jazz é daqueles citadinos que enganam, pois o modo como os engenheiros japoneses se socorreram de alguns truques (os bancos mágicos traseiros mantêm-se), permitem ao modelo oferecer um espaço interior muito melhor que muitos familiares. Com uma qualidade de construção sem qualquer mácula (mesmo com plásticos rijos em todo o habitáculo, como é norma neste segmento), o modelo assume-se num mercado muito competitivo e com soluções comprovadas na marca, com um ecrã central que acomoda a maioria das funções, uma posição de condução (baixa) correta e um volante e caixa (ambos em pele) que estaticamente se assumem com uma usabilidade relevante.
Mas é quando despertamos o atmosférico 1.5 é que este se revela e que, conjugado com o baixo peso do conjunto, desperta uma desportividade que se saúda. O motor reage prontamente em qualquer situação, a caixa bem escalonada acompanha e, mesmo sabendo que o core não é ser o modelo desportivo da gama, é fácil ficar rendido à emotividade com que este enfrenta, o trânsito, as curvas, num chassis competente que privilegia sempre o conforto.
O sistema de aviso de colisão foi um aliado importante em todo o ensaio e previne ou atenua a possibilidade de acidente. Considerando que o ensaio foi sempre com chuva abundante, o modelo comportou-se eficazmente e nunca se revelou como um modelo que assusta (e se assusta) em cada curva.
Relativamente aos consumos acabámos o ensaio com uns adequados 5.8 litros de média, que foram obtidos sem qualquer preocupação em fazer boas médias mas sim, na utilização que o condutor normal procura neste modelo – umas vezes mais comedido e outro mais dinâmico.
Em resumo, o Jazz pode ser aquele modelo que serve uma família, com um espaço interior assinalável, uma bagageira, idem, e um comportamento que privilegia o conforto mas que não se amedronta em condução mais empenhada. Tudo isto por 23.400€