O ensaio de um ALFA é sempre um momento que, para alguns de nós, recorda o motor boxer, o som emanado pelo escape e o estilo “muito italiano” que a marca sempre soube incorporar nos seus modelos
Daí que o Alfa Romeo Giulietta, em ensaio, nos transporta de imediato para essa realidade. Com a deriva atual das marcas para os diesel e também para os elétricos, o ruído do motor – mesmo que remexido pela Alfa Romeo – mantém o típico som de um diesel. Já quanto ao desenho exterior este mantém-se intemporal, sendo esta a imagem dos italianos – automóveis belos – e este não desilude, com a grelha frontal, os para-choques redesenhados, a inovação das pegas das portas traseiras perpendiculares às habituais e incorporadas na porta traseira e os faróis de LED.
Sendo este um projeto que se encontra já em fase de renovação do produto continua mesmo assim a ser difícil ficar indiferente ao modelo. No interior e, num modelo já com vários anos no mercado percebe-se e compreende-se que algumas soluções ao nível dos materiais e da usabilidade já estão a ficar menos atuais, sendo que ao nível do espaço interior, dos excelentes bancos e da capacidade da bagageira os valores se mantêm competitivos.
Mas basta ligar o Alfa e efetuar os primeiros kms para perceber que o modelo foi afinado para responder prontamente, e o chassis continua a revelar-se competente, quer em cidade e estrada, quer na pista da OTA nas várias simulações de situações de estrada que testámos.
Se, em cidade o modelo se revela confortável e preciso, em estrada a tónica é a mesma. Na pista da Ota e suportados pelos bancos confortáveis e com bom apoio lateral, simulámos várias situações que ocorrem nas nossas estradas, como mudanças bruscas de direção, teste do alce, rotundas, entrada e saída em curvas apertadas. E nestes testes, que repito, em cada viatura ensaiada, saí da OTA com a noção de que o chassis, os pneus e suspensão comportam-se como é exigido a verdadeiros familiares seguros. Na longa pista da OTA em linha reta nota-se que o motor é fácil atingirmos o limite do mesmo rapidamente e percebe-se também que o chassis aceita motores bem mais potentes com a mesma eficácia.
Num modelo, com caixa automática e onde é possível optar por vários modos de condução, desde o Dynamic, Normal e All Weather, a ALFA mantém intactos os seus pergaminhos de marca que constrói belos automóveis e com bom comportamento.
Face ao sucesso comercial e a boa receção aos novos modelos que a marca lançou nos últimos anos, a tarefa de substituir o Giulietta vai sair facilitada, pois a marca demonstrou que continua a saber construir automóveis.
Uma nota de rodapé para a notoriedade que a marca vai procurar evidenciar na F1 este ano, com reflexos óbvios na área comercial da marca, numa marca que conquistou os dois primeiros Campeonatos Mundiais de Pilotos: Nino Farina em 1950; e Juan Manuel Fangio em 1951.
Valor final é 36.672 euros.
Agradecimento à Força Aérea Portuguesa pela cedência e facilidades concedidas para utilização da pista da Base Aérea da Ota.