Depois dos músicos da Orquestra Gulbenkian terem interpretado um excerto da Sinfonia n.º 40 de Mozart, agora é a vez de 36 vozes do Coro Gulbenkian cantarem a Liberdade, a partir das suas casas.
Um poema de Sophia Mello Breyner Andresen, extraído da obra “Mar novo”, de 1958, serviu de inspiração ao coralista Miguel Jesus para compor a peça que agora podemos ouvir num qualquer palco improvisado, até que as portas do Grande Auditório se voltem a abrir.
Uma forma diferente de celebrar esse “dia inicial inteiro e limpo”, como lhe chamou a poeta, até voltarmos ao desejado momento em que ouviremos o Coro e a Orquestra Gulbenkian, tal como sempre gostámos de ouvir: ao vivo!
Liberdade II
Sophia Mello Breyner Andresen
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade
In “Mar novo”, 1958