O Ano Europeu do Património Cultural vai dar destaque à riqueza do património cultural da Europa, salientando o seu papel na promoção de um sentimento partilhado de identidade e na construção do futuro da Europa. A cerimónia de abertura do ano decorreu em Milão, na Itália.
Tibor Navracsics, comissário responsável pela Educação, Cultura, Juventude e Desporto, referiu que “o património cultural está no cerne do modo de vida europeu. Define quem somos e cria um sentimento de pertença. O património cultural não é apenas composto por literatura, arte e objetos, mas também pelas competências aprendidas, as histórias contadas, os alimentos que consumimos e os filmes que vemos.”
“Precisamos de preservar o nosso património cultural para as gerações futuras”, afirmou o Comissário Europeu, e acrescentou que o ano de 2018 “será uma magnífica oportunidade para encorajar os cidadãos, em especial os jovens, a explorar a riqueza da diversidade cultural europeia e a refletir sobre o lugar que o património cultural ocupa nas nossas vidas”. O património cultural “permite-nos compreender o passado e construir o futuro.”
Um ano dedicado ao património cultural
O objetivo da celebração do Ano Europeu do Património Cultural é aumentar a sensibilidade dos cidadãos europeus para a importância social e económica do património cultural.
A Comissão Europeia pretende a organização de milhares de iniciativas e eventos em toda a Europa para envolver cidadãos de todas as origens, “em particular as crianças e os jovens, as comunidades locais e as pessoas que raramente têm contacto com a cultura, a fim de promover um sentimento comum de apropriação.”
Para além das iniciativas que os municípios e regiões possam promover a UE vai financiar projetos transnacionais e organizar, com os Estados-Membros, as Jornadas do Património. As jornadas são um evento emblemático do Ano Europeu do Património Cultural, enquadrado no Plano de Ação a longo prazo para a Cultura e o Património Cultural.
A importância do património cultural é reconhecida pelos europeus
Dados de um inquérito elaborado pela Comissão Europeia aos cidadãos europeus sobre a importância do Património indicam que, 8 em cada 10 europeus consideram que o património cultural é importante, não apenas para si pessoalmente, mas também para a sua comunidade, a sua região, o seu país e a União Europeia no seu conjunto.
O inquérito permitiu também concluir que uma grande maioria dos europeus tem orgulho no património cultural, quer seja na sua própria região ou país, ou noutro país europeu. Mais de 7 em cada 10 europeus também concordam que o património cultural pode melhorar a sua qualidade de vida.
Para um melhor conhecimento do Património, 9 em cada 10 europeus pensam que o património cultural deve ser ensinado nas escolas, e três quartos dos europeus pensa principalmente que os Estados-membros e a UE deveriam atribuir mais recursos à salvaguarda do património cultural da Europa.
Interesse dos portugueses pelo património cultural é inferior à media dos europeus
O inquérito indica que apenas 17% dos portugueses diz que visita regularmente locais de património ou vai a eventos culturais, muito longe da média europeia que é de 31%.
Sobre a importância do património cultural 81% dos portugueses consideram muito importante, para uma média de 84% dos europeus.
Ainda sobre a visita nos últimos 12 meses a um local histórico, apenas 45% dos portugueses indicaram ter visitado, pelo menos uma vez no ano, um local histórico, portanto muito abaixo da média dos europeus que é de 61%. A justificação para não visitar locais de património 45% dos portugueses indicaram falta de interesse, contra uma média dos europeus de 31%.
Sobre quem deve proteger e conservar o património 55% dos portugueses consideram que é uma tarefa das autoridades regionais e locais, para uma média dos europeus de 39%.