O estudo desenvolvido pela Universidade de Lund, na Suécia, “cobriu 138 países, sendo o primeiro a ter uma abordagem global para as conexões entre o crescimento, a prosperidade e sustentabilidade ecológica”, refere a Universidade, em comunicado. Este estudo foi recentemente publicado no Global Environmental Change.
Os cientistas, confrontados com alguns argumentos que defendem que “grandes investimentos na ‘produção verde’ e consumo sustentável pode aumentar o crescimento económico sem aumentar as emissões de gases de efeito estufa”, foram “testar se esta conexão existe na realidade, tendo uma perspetiva global”, referiu Max Koch, da Universidade de Lund.
![Max Koch](http://www.tveuropa.pt/cnt/uploads/maxkoch-1.jpg)
Para elaborar o estudo, o investigador Max Koch em conjunto com o investigador Martin Fritz, da Universidade de Bonn, dividiram os países do mundo em cinco grupos, com base no seu produto interno bruto (PIB) per capita, ou seja: países pobres; países em desenvolvimento; países emergentes; países ricos e países superdesenvolvidos.
No grupo dos países superdesenvolvidos encontram-se os Estados Unidos da América, Singapura, Suíça, Noruega e Qatar, e outros, que inclui países ricos em petróleo.
Os investigadores, refere o comunicado, mediram a prosperidade dos diferentes grupos em três categorias distintas: sustentabilidade ecológica; inclusão social e qualidade de vida, na forma de expectativa de vida, taxa de alfabetização e bem-estar subjetivo.
“Em todas as três categorias havia uma ligação clara ao PIB”, indica a Universidade, ou seja, “houve maior inclusão social e melhor qualidade de vida”. Os países tornaram-se cada vez “mais ricos à custa da sustentabilidade ambiental, e ao mesmo tempo maiores emissores e com maior pegada de carbono”.
Max Koch, considera que “não é impossível separar o crescimento económico das questões ecológicas”, no entanto, acrescenta que o “estudo do desenvolvimento global mostra uma clara ligação entre o desenvolvimento económico e o aumento das emissões de gases de efeito estufa que não pode ser ignorada”.
A Universidade de Lund indica que, devido à necessidade urgente de reduzir as emissões a nível mundial, os investigadores “aconselham que deve ser considerada a possibilidade de um arrefecimento económico, ou seja, como objetivo de política, não deve ser dada prioridade ao crescimento económico”.