A Dacia é daquelas marcas que se posiciona como a marca low-cost da Renault mas que, nem por isso, descura fatores como a segurança e a estética.
E é precisamente pela estética do Sandero que começamos este ensaio. Esta versão Adventure destaca-se por ser o topo de gama e, por esse motivo, a oferta é em 2 cores, a do ensaio, um cinzento Higland, mas bem podia ser o vermelho. Uma versão que possui cruise control, limitador de velocidade, apoio de braço do condutor, estofos exclusivos com risca em vermelho (que também marca presença nas molduras dos espelhos retrovisores), volante em pele e sistema de navegação.
O exterior, fruto de uma estética jovem e irreverente, só por si, colhe adeptos. Nesta versão, as jantes exclusivas, a moldura com risca vermelha, os plásticos a emoldurar as cavas das rodas e os apontamentos por baixo do para-choques sugerindo proteção do cárter. Tudo elementos que o colocam o Dacia Sandero como um modelo jovem, dinâmico e irreverente.
A versão em ensaio estava equipada com GPL e gasolina (que lhe garante, teoricamente perto de 1.000 quilómetros de autonomia) a um preço total de cerca de 14.000 euros.
É certo que este não é um modelo com um conforto exemplar, com um espaço interior superior à concorrência ou com plásticos moles, mas também não é esse o posicionamento desta marca neste segmento, nem tão pouco o da concorrência.
O que se retém, em todo o ensaio é que, em cidade traça-se de um modelo que serpenteia pelas ruas de modo muito ágil, que a caixa de 5 velocidades está bem escalonada e é precisa e que a câmara de marcha atrás e os sensores de estacionamento ajudam muito.
Em estrada e autoestrada não se assusta, e cumpre mais do que o legalmente é admissível, em termos de velocidade mas sobretudo no (bom) comportamento do conjunto.
Os travões são potentes e a direção elétrica é percetível o suficiente para ler a estrada. Em autoestrada não se nota presença do ruído do vento nem tão pouco ruído excessivo do tricilíndrico motor. Os consumos a gasolina revelaram-se, pela positiva, uma surpresa com valores perto dos 5,7l/100km.
Não existem motivos para a DACIA não se intrometer nas vendas neste segmento com um modelo que, pelo seu conjunto e nos vários parâmetros é muito similar ao que a concorrência oferece. O produto, outrora não é tão atraente mais em termos de design, tem vindo a ser melhorado e hoje, tanto o Sandero, como o Duster revelam-se como propostas atrativas, com cada vez mais clientes a adquiri-los não somente pela estética, mas sobretudo pela qualidade e fiabilidade do produto.