A Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) assinala pelo nono ano consecutivo o Dia do Transplante, a dia 20 de julho. A data recorda a primeira intervenção de transplante feita em Portugal, um transplante de rim, realizado no dia 20 de julho de 1969, em Coimbra, pela equipa de Linhares Furtado.
Em 2017 a SPT lembra que o transplante ‘é uma dádiva de vida’, e que a vidas juntam-se outras, “a das mulheres a quem o transplante devolve a esperança de engravidar.”
A cerimónia comemorativa a decorrer, no dia 20 de julho, pelas 11h00, na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto, inclui palestras com o tema ‘Transplantes e Gravidez’. Diversos especialistas vão abordar o tema ilustrando-o com “testemunhos de doentes e familiares de doentes que, graças ao transplante, puderam realizar o sonho de ter um filho.”
Para Susana Sampaio, presidente da SPT, “o transplante não tem que ser impedimento para a concretização do sonho de engravidar”, mas pelo contrário,“é uma forma de devolver às mulheres que sofrem de insuficiência renal crónica a possibilidade de virem a ser mães”.
A presidente da SPT esclareceu, citada em comunicado, que “a fertilidade é mais reduzida nas mulheres que sofrem de insuficiência renal crónica, entre 0,3 a 1,5 gravidezes todos os anos, por cada cem mulheres em idade fértil e submetidas a hemodiálise”, em comparação com população geral, “que é de 10 gravidezes por cem mulheres por ano”. Após o transplante o valor sobe “para 3,3 por cem mulheres por ano.”
Insuficiência renal e transplante são um processo em que é essencial o acompanhamento por parte de um especialista, “até porque a gravidez não deve acontecer logo após o transplante, existindo cuidados que importam não perder de vista, assim como riscos que devem ser monitorizados, havendo também medicamentos contra indicados durante o período de gestação.”
A presidente da SPT referiu ainda: “É para aumentar o conhecimento sobre este tema que este ano lhe decidimos dedicar o Dia do Transplante”. Mas o Dia do Transplante serve ainda outro propósito, o de “chamar a atenção da população, sensibilizando-a para a importância da transplantação”, e desta forma mais consciente aumente o número de transplantes em Portugal em benefício de mais vidas.