Como já é costume, no 1º de maio, em Lisboa, a CGTP realizou a manifestação entre o Martin Moniz e a Alameda Afonso Henriques, onde ocorrem os tradicionais discursos. O Secretário-Geral da CGTP, no discurso deste ano, referiu que “a luta dos trabalhadores foi determinante para o novo quadro político”. Um quadro político que apresentou algumas mudanças, referindo que “as medidas implementadas, embora limitadas, invertem o rumo de cortes sucessivos nos salários, nas pensões e nos direitos”.
Mas lembrou que “nesta nova fase é preciso ir mais longe”, pois há “um conjunto vasto de problemas para resolver e uma luta que não pode parar!” Uma luta que inclui “combater os mecanismos do denominado Semestre Europeu e do Programa de Estabilidade”.
Sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), Arménio Carlos referiu que “no período em que este foi congelado, o desemprego subiu, e quando o SMN foi aumentado, o desemprego caiu”. Referindo-se ao “patronato” disse: “eles sabem que o aumento de salários é um investimento com retorno que estimula a procura, assegura o crescimento da economia, a criação de emprego”, e acrescentou “é possível, necessário e urgente o aumento dos salários”.
No discurso, Arménio Carlos, defendeu o aumento dos salários para os trabalhadores da Administração Pública, referindo que “a redução da despesa pública não passa pelo congelamento de salários e de carreiras profissionais”, mas que na opinião da CGTP passa por cortar “com as PPP’s, os SWAP, as negociatas com os escritórios de advogados e de consultoria”, entre outros.
A revindicação das 35 horas de trabalho semanais para todos os trabalhadores fez parte do discurso do Secretário-Geral da CGTP e de muitos cartazes dos manifestantes.
Arménio Carlos exigiu, no seu discurso, a “rutura com o Tratado Orçamental e a renegociação da dívida, para libertar verbas e promover o investimento”. Mas a “recuperação do papel do Estado nos setores estratégicos ao desenvolvimento do país” foi também exigida.
“O momento que vivemos implica que o diálogo e a negociação têm de produzir resultados”, afirmou Arménio Carlos, e avisou que “não basta constatar os problemas, há que encontrar e implementar soluções”.
“A precaridade é um flagelo que ataca os trabalhadores” referiu o sindicalista, por isso anunciou a realização de uma Campanha Nacional contra a Precaridade, bem como uma Semana Nacional de Luta, “com greves, concentrações e manifestações, pelo aumento dos salários, emprego com direitos, pela contratação coletiva e pelas 35 horas de trabalho semanal”, entre outras revindicações.