Há muitos anos que a Hyundai deixou de se apresentar ao mercado timidamente e com produtos com um cariz evolutivo. Hoje os produtos Hyundai competem de igual para igual com o que o mercado faz de melhor e o IONIQ não é uma surpresa mas a constatação do elevado nível onde a Hyundai se posicionou.
De uma só vez a marca apresenta um mesmo automóvel e três soluções: Plug-in; Hibrido e o Elétrico. A solução Hibrido foi a que testamos.
A marca apostou no desenvolvimento de uma plataforma esculpida em alumínio e aço de alta resistência capaz de acolher as várias versões num produto com um design mais conservador e que pretende concorrer com o Toyota Prius
A aposta da marca em materiais de qualidade e com uma montagem rigorosa é bem elucidativa do caminho que a marca quer trilhar e da importância que este modelo tem para a marca, com um interior amplo, espaçoso e bem delineado para 5 ocupantes, com uma instrumentação totalmente digital, numa estrutura muito bem conseguida em termos ergonómicos.
A motorização deste IONIQ está a cargo do motor 1.6 a gasolina, que combinado com o motor elétrico de 43,5 Cv debita uma potência combinada de 141 Cv com tecnologia regenerativa.
Tanto em cidade, como em estrada, o comportamento do IONIQ surpreende pela competência com que serpenteia na cidade e enfrenta pisos mais degradados, mas também em autoestrada, na eficiência com que o modelo foi afinado para não comprometer o binómio conforto comportamento.
Fugindo, e bem, à utilização de uma caixa de variação contínua, a Hyundai colocou neste modelo uma competente caixa de dupla embraiagem com 6 velocidades (que em modo sport modifica o painel de instrumentos, altera o comportamento da caixa de velocidades, aceleração, sensação do volante, painel de instrumentos digital para uma condução mais dinâmica), mantendo a insonorização num bom patamar.
Os consumos obtidos estiveram em modo cidade e estrada (até 80/90km/hora) bem próximo dos anunciados pela marca (4.8 l) e, em autoestrada – o local onde este tipo de viaturas ainda não consegue ser tão eficiente – valores próximos dos 5.4 l, o que mesmo assim, demonstra a validade do sistema hibrido, parametrizado que foi para prevalecer sempre que possível sobre o sistema de combustão.
Ciente que as marcas já oferecem atualmente produtos muito seguros em termos de segurança passiva e ativa, as marcas caminham hoje no sentido de oferecer sistemas que por antecipação, previnam o acidente e outros sistemas que melhorem a qualidade de vida a bordo. O IONIQ no ensaio que realizámos demonstrou que domina muito bem a tecnologia e ciente disso, oferecia, o APPLE CarPlay, Android Auto através do ecrã touch-screen a cores de 8”, um sistema de som premium ‘Infinity Sound System’ e uma plataforma de carregamento sem fios para smartphones muito prática e que nos remeta para a solução obsoleta do uso de fios para carregar os nossos equipamentos
Em termos de segurança tivemos a oportunidade de testar o bem calibrado sistema de Assistência à Faixa de Rodagem (LKAS) com sensor de “presença” das nossas mãos no volante e que permite efetuar largas dezenas de quilómetros com o sistema a descrever corretamente a trajetória, reconhecendo e respondendo quando deteta uma alteração na direção da viatura de um modo suave.
Também presente no veículo ensaiado, o sistema BSD (câmara de ângulo morto) que deteta veículos no ângulo morto e alerta o condutor e o AEB, o sistema de travagem de emergência – que testámos em modo real na cidade – um sistema de apoio à condução que através do radar e da câmara de deteção avisa e/ou intervém quando deteta a presença de um peão ou outro veículo e o condutor não atuou preventivamente. Os restantes sistemas que completavam o sistema, desde o ESP, ou o cruise control inteligente que monitoriza a viatura à nossa frente e mantem automaticamente a distância de segurança para a mesma ou a câmara de estacionamento traseiro com sensores de estacionamento.
Em conclusão podemos seguramente afirmar que a HYUNDAI trilhou um caminho muito importante rumo à eletrificação dos seus modelos, com um produto fiável, bem construído, com um comportamento bom e, acima de tudo, com o ‘casamento’ entre o que hoje se exige na industria automóvel, o que o consumidor pretende e com a tecnologia atualmente existente.
O preço do IONIQ nesta versão mais equipada é de 33.000 euros com uma garantia de 5 anos sem limite de quilómetros e para a bateria de polímeros de iões de lítio de 8 anos ou 200.000 quilómetros.
Autor: Artigo de opinião de Jorge Farromba