O Governo português lamenta profundamente a decisão do governo israelita de criar um novo colonato na Cisjordânia, o primeiro desde 1991. “Devido à sua localização geográfica no interior de território ocupado, este colonato constituirá mais um sério impedimento à viabilidade de um Estado Palestiniano”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), em comunicado.
“O Governo português lamenta, igualmente, a decisão de avançar com a construção de cerca de 2000 novas habitações nos colonatos de Alfei Menashe Beitar Illit, Beit Arie e Karnei Shomron, bem como com a expropriação de mais de 90 hectares, que visa possibilitar a legalização retroativa de três postos avançados israelitas”, indica o MNE.
Para o Governo português as autoridades israelitas devem reconsiderar as decisões de intervir na Palestina. Decisões que “ acrescentam novos obstáculos às perspetivas de concretização da solução de dois Estados e representam mais um obstáculo à paz e segurança para a região.”
“Portugal reitera que a expansão dos colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental constitui uma violação do direito internacional e insta as partes a evitar ações unilaterais que aumentem os riscos de uma nova escalada de violência a demonstrar o seu compromisso para com a paz”, conclui o MNE.
A decisão israelita mereceu já a condenação de muitos países e do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que reiterou “o seu apoio a uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, manifestando preocupação com a última decisão de construir um novo colonato no Território Palestiniano Ocupado.”
De acordo com nota das Nações Unidas “o secretário-geral tomou conhecimento com deceção e alarme da decisão de Israel de construir um novo colonato”, e “condena todas as ações unilaterais que, como a atual, ameaçam a paz e minam a solução de dois Estados”.
As Nações Unidas e a comunidade internacional têm instado há anos a criação de um Estado palestiniano que viva lado a lado em paz e segurança, e António Guterres lembra que “não existe o Plano B”.