Rede Social de Lisboa aprova Plano de Intervenção para enfrentar desafios sociais na cidade

Rede Social de Lisboa aprova Plano de Intervenção para enfrentar desafios sociais na cidade
Rede Social de Lisboa aprova Plano de Intervenção para enfrentar desafios sociais na cidade. Foto: Rosa Pinto

A Rede Social de Lisboa aprovou um abrangente Plano de Desenvolvimento Social, em que o objetivo prioritário é dinamizar e reforçar a ação conjunta das entidades parceiras de forma a dar uma resposta mais eficaz aos desafios sociais da cidade.

O plano deverá ser implementado entre 2025 e 2030, e a Camara Municipal de Lisboa (CML) indicou que inclui 121 medidas, com 37 objetivos, distribuídos por três missões essenciais: reforço da participação dos parceiros, intervenção social mais inclusiva e combate à pobreza, com um enfoque especial na população com mais de 65 anos e nas crianças e jovens.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, destacou a importância da abordagem e do contributo da Rede Social de Lisboa, e referiu que é preciso reafirmarmos “que Lisboa é que queremos e para construirmos juntos, em rede, essa Lisboa: uma cidade que cuida dos mais vulneráveis, que apoia quem mais precisa, que responde aos problemas das pessoas”.

“Porque Lisboa pode ser a cidade mais avançada do mundo, pode ter as empresas tecnológicas mais valiosas, pode ser uma grande capital da inovação. Mas se não for uma cidade que sustenta isso numa política social forte, então não serve de nada”, defendeu Carlos Moedas, e sublinhou que uma das grandes apostas do seu mandato tem sido exatamente a de “trabalhar por essa política social forte, por aquilo a que chamamos Estado Social Local”.

Para a vereadora da CML com o Pelouro dos Direitos Sociais e Humanos, Sofia Athayde, “o novo Plano de Desenvolvimento Social representa um passo importante na articulação de esforços e recursos para enfrentar os desafios sociais na cidade e foi feito com os nossos parceiros locais, com as organizações e instituições que tão bem conhecem a realidade do terreno e quais as necessidades e desafios do nosso território”.

“Vamos, agora, reforçar os mecanismos de comunicação interna e externa de forma a garantir um diagnóstico mais preciso, uma monitorização contínua e uma maior participação de todas as entidades da Rede. Pretendemos, não só ampliar a capacidade de resposta, como também assegurar que as ações sejam mais coordenadas e eficazes para responder à população mais vulnerável”, acrescentou Sofia Athayde.

Entre as 121 medidas inscritas no plano, a CML preconiza uma ação de intervenção integrada para os seniores de Lisboa, incluindo a criação de uma rede de voluntariado sénior e de espaços de escuta e participação para combater o idadismo. A CML espera envolver na nova medida cerca de 3000 pessoas. Mas também será alargado o acesso a soluções de melhoria da mobilidade, acessibilidade e conforto habitacional a 20% dos idosos por ano.

No caso das crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, o destaque do Plano de Desenvolvimento Social para a criação de grupos de trabalho destinados ao acompanhar psicossocial, incluindo a implementação de Planos de Intervenção Integrada. Em 2026, está previsto o desenvolvimento de dois projetos piloto, em parceria com os centros hospitalares, focados na Saúde Mental, os quais vão acompanhar cerca de 400 crianças e jovens.

A CML descreve que o Plano de Desenvolvimento Social de Lisboa conta também com três novas áreas de intervenção: Habitação; Migrações; Ambiente e Espaço Público. Um Plano delineado com base nas principais políticas públicas sobre pobreza e exclusão, nomeadamente a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e as Grandes Opções do Plano de 2024-2028 de Lisboa, que identificam necessidades e prioridades de intervenção. Foram também considerados e integrados todos os Planos e Estratégias Setoriais em vigor, nomeadamente o diagnóstico do Retrato Social de Lisboa de 2024.

De acordo com as previsões da CML, o novo plano começa a ser implementado em abril de 2025, com a realização de 10 inéditos grupos de trabalho em áreas consideradas cruciais: Empregabilidade; Comportamentos Aditivos; Crianças e Jovens; Pessoas com mais de 65 anos; Violência Doméstica; Deficiência; Saúde Mental; Habitação; Migrações e Ambiente e Espaço Público, sendo estas três últimas áreas de intervenção.

A Rede Social de Lisboa é agora composta por 571 parceiros, após a inclusão de seis novos membros. A rede procura estimular a colaboração entre organismos do setor público, instituições de solidariedade e outras organizações envolvidas na área da ação social, reafirmando o compromisso com a construção integrada de uma cidade mais justa, solidária e igualitária.