O Museu-Biblioteca da Casa de Bragança recebe quatro novas incorporações no já rico acervo: O retrato de D. João da Silva Ferreira, 1º Bispo e Deão Régio de Vila Viçosa, um exemplar de 1613 do Regimento do Santo Ofício da Inquisição, um manuscrito do século XVII com a descrição de todas as armas da nobreza de Portugal e respetivos desenhos e ainda o retrato de Dona Maria II, pintado por Simplício de Sá. Este último item vem enriquecer de forma significativa a coleção de pintura existente.
“Estas aquisições enriquecem o acervo do Museu-Biblioteca, abrindo possibilidades a novos estudos e a melhores experiências de fruição. Os retratos de D. João da Silva Ferreira e de Dona Maria II, respetivamente, serão integrados nos circuitos expositivos e interpretativos do Paço Ducal e do Convento dos Agostinhos/Panteão dos Duques de Bragança, visando proporcionar ao visitante uma leitura mais visual e contextualizada dos monumentos na sua relação histórica com as personalidades retratadas nas duas obras agora incorporadas”, afirmou Ana Saraiva, Diretora do Museu Biblioteca da Casa de Bragança, citada em nota de imprensa da Fundação.
Sobre os novos itens incorporados no acerbo do Museu-Biblioteca descreve-se:
Retrato D. João da Silva Ferreira
Em 13 de fevereiro de 1743, D. João da Silva Ferreira, Bispo de Tânger, foi nomeado como Bispo Deão, confirmada feita pelo arcebispo de Évora D. Frei Miguel de Távora e selada e autenticada pelo provisor do arcebispado Dr. Frei Jerónimo de São José. Durante o seu bispado, D. João V dirigiu um pedido ao Papa Bento XIV para os Deões da Capela de Vila Viçosa passarem a Bispos Titulares. Para o efeito, o Paço do Bispo (que acolhe o Arquivo Histórico da Casa de Bragança) foi alvo de intervenções estruturais para albergar os Deões da Colegiada de São Jerónimo. João da Silva Ferreira jaz na Igreja dos Agostinhos/Panteão dos Duques de Bragança.
Retrato de Dona Maria II
Recentemente, a Fundação da Casa de Bragança adquiriu uma pintura do retrato de Dona Maria II assinada por Simplício Rodrigues de Sá com a data de 1836.
O pintor Simplício Rodrigues de Sá (1785 – 1839) ficou notabilizado no Brasil pela pintura do retrato de D. Pedro I, a partir da qual foi construída a sua iconografia como “rei-soldado”. Sabe-se que o pintor era natural de Cabo Verde, viveu em Lisboa, onde se iniciou no ofício de artista. Mas foi no Brasil onde residiu mais longamente e se firmou como artista, tendo sido pintor da Corte de D. Pedro I.
Proveniente de coleção particular, a pintura retrata a princesa Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, filha do Imperador D. Pedro I do Brasil e de Maria Leopoldina de Áustria. Nascida em 4 de abril de 1819, no Rio de Janeiro, Dona Maria da Glória, ou D. Maria II, viria a tornar-se Rainha de Portugal.
Pintado a óleo, o retrato apresenta vários elementos iconográficos. Pode observar-se a miniatura do retrato de sua mãe ao pescoço, possivelmente como um gesto de homenagem póstuma.
Esta nova incorporação virá a integrar o circuito expositivo do Paço Ducal de Vila Viçosa.
Impressos e manuscritos
A Fundação da Casa de Bragança mantém viva a missão de enriquecimento da sua biblioteca através da aquisição de livros impressos e manuscritos, na senda do espírito de bibliógrafo de D. Manuel II. Com um foco particular nos documentos de temática histórica e biográfica, foram adquiridos em 2024 cerca de 40 obras, de entre as quais destacamos algumas edições da obra literária de Camões, do início do século XX, um exemplar de 1613 do Regimento do Santo Ofício da Inquisição e um manuscrito do século XVII com a descrição de todas as armas da nobreza de Portugal e respetivos desenhos.
