A Universidade de Coimbra (UC) adquiriu uma nova câmara de anoxia para desinfestação dos livros da Biblioteca Joanina. A câmara de seis metros cúbicos de capacidade está já instalada no piso térreo da biblioteca e pronta para tratar o acervo bibliográfico.
O encargo da Universidade na aquisição da câmara de anoxia foi de cerca de 70 mil euros. Um investimento essencial “para a desinfestação do ‘precioso’ acervo bibliográfico que se conserva no edifício” da Biblioteca Joanina.
A desinfestação dos livros com recurso a câmara de anoxia permite evitar o recurso a métodos químicos de expurgo, que eram “muito utilizados no passado”. Para além de livros, as câmaras de anoxia “podem ser utilizadas no tratamento de outros objetos de valor patrimonial que se encontram à guarda das diferentes bibliotecas e museus da Universidade”.
A Universidade indica que “nos três pisos da Biblioteca guardam-se atualmente cerca de 60 mil volumes, compreendendo diversas matérias, todos editados até ao final do século XVIII”, e que em conjunto com a Biblioteca Geral são “acomodados atualmente cerca de 1 milhão e meio de volumes”.
Para além dos volumes encontram-se “jornais, revistas, manuscritos raros e coleções especializadas, com destaque para uma notável coleção de mapas antigos e um extenso e invulgar conjunto de documentos musicais dos séculos XVI e XVII”.
A câmara agora adquirida pela Universidade vem no seguimento de um conjunto de investimentos para a preservação e conservação do acerbo bibliográfico, e inclui a câmara de anoxia já adquirida em 2016 e instalada no edifício principal da Biblioteca Geral, e estantes compactas no piso térreo da Biblioteca Geral, equivalendo a 2.000 metros de extensão.
Para José Augusto Bernardes, Diretor da Biblioteca Geral, citado pela UC, a decisão sobre este investimento revela “uma consciência muito clara da responsabilidade que cabe à instituição de preservar e manter acessível um património que, embora pertencendo à Universidade de Coimbra, é também do país e do mundo”.
A Biblioteca da Universidade fica agora “dotada de condições para continuar a receber e a catalogar os livros e periódicos provenientes do Depósito Legal (cerca de 15 mil volumes, correspondendo a cerca de 230 m, em cada ano) e também daqueles que são regularmente incorporados no catálogo, através de compra, oferta ou permuta”, explicou José Augusto Bernardes.