Presidente do Conselho Europeu promove discussão informal sobre defesa europeia

Presidente do Conselho Europeu promove discussão informal sobre defesa europeia
Presidente do Conselho Europeu promove discussão informal sobre defesa europeia. Foto: © UE

O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, pretende discutir a defesa europeia e para isso convidou os membros do Conselho Europeu para “um retiro informal que acontecerá no dia 3 de fevereiro no Castelo de Limont, perto de Bruxelas”.

António Costa enquadra o tema da reunião com a situação criada pela guerra na Ucrânia pois “a agressão da Rússia contra a Ucrânia trouxe de volta uma guerra de alta intensidade ao nosso continente – violando os princípios fundamentais do direito internacional e ameaçando a segurança europeia – juntamente com crescentes ataques híbridos e cibernéticos aos Estados-Membros e suas economias e sociedades.”

O Presidente do Conselho Europeu indica “a paz na Europa depende da Ucrânia conquistar uma paz abrangente, justa e duradoura”, e que o contexto geopolítico é também marcado “pela situação no Oriente Médio”, que “continuará desafiador no futuro previsível.”

O objetivo da reunião, refere António Costa, “é preparar o terreno para as decisões que teremos de tomar e fornecer orientação à Comissão e à Alta Representante enquanto preparam um white paper sobre o futuro da defesa europeia, que abrangerá iniciativas conjuntas de defesa e os recursos necessários para desenvolvê-las”.

A reunião centrará a discussão em dois princípios principais:

Em primeiro lugar, a Europa precisa assumir maior responsabilidade pela própria defesa. Precisa de se tornar mais resiliente, mais eficiente, mais autónoma e um ator de segurança e defesa mais confiável. Ao fazê-lo, a Europa também tornar-se-á um parceiro transatlântico mais forte, inclusive no contexto da OTAN, em pleno respeito à política de segurança e defesa de certos Estados-Membros e levando em consideração os interesses de segurança e defesa de todos os Estados-Membros.

Nos últimos anos, os Estados-Membros já aumentaram os gastos com defesa nacional, no entanto, refere António Costa, são necessários investimentos adicionais substanciais em defesa para repor estoques, atualizar a prontidão de defesa para um amplo espectro de ameaças – com foco em prioridades estratégicas e lacunas críticas de capacidade – e fortalecer a Base Tecnológica e Industrial de Defesa Europeia.

Em segundo lugar, os Estados-Membros serão sempre responsáveis ​​pelas suas forças armadas mas, indica António Costa, “temos um interesse comum em cooperar mais estreitamente a nível europeu, a fim de maximizar as economias de escala e reduzir custos, garantir a interoperabilidade, assegurar uma procura estável e a longo prazo – de modo a dar mais previsibilidade à nossa indústria – e evitar duplicações. O nível de investimento, incluindo em investigação e desenvolvimento, necessário para reforçar a nossa capacidade não é acessível para Estados-Membros individuais que atuam por si próprios. Além disso, a defesa eficaz é um “bem comum” que beneficia todos os europeus.”

António Costa refere também que “o aumento do investimento em defesa também deve contribuir para reforçar a competitividade económica geral e a coesão da União Europeia através de um setor industrial capaz de desenvolver sua excelência tecnológica em toda a União Europeia e contribuir para a criação de empregos. O objetivo de fortalecer a defesa europeia deve ser levado em consideração em todas as políticas relevantes da União.”

O Presidente do Conselho Europeu indica que para preparar os próximos passos a discussão deve concentrar-se nas seguintes questões:

Quais devem ser – e como definimos – as capacidades de defesa que precisamos desenvolver de forma colaborativa como uma questão prioritária, devido à sua importância para a segurança coletiva da UE?

Concordamos em gastar mais e melhor juntos? Como podemos acelerar a mobilização de financiamento privado e por meio de quais instrumentos da UE? Como podemos usar melhor o orçamento da UE, a curto, médio e longo prazo? À luz das consideráveis ​​necessidades de financiamento, que opções comuns adicionais podem ser consideradas?

Como podemos fortalecer e aprofundar ainda mais as parcerias existentes? Quais devem ser nossos objetivos e prioridades com parceiros europeus não pertencentes à UE?

Para a reunião António Costa refere que também convidou o Secretário-Geral da OTAN para a participação no almoço, o que indica oferecer uma oportunidade para discutir as questões mais urgentes relacionadas à defesa, e em particular o apoio à Ucrânia, bem como a cooperação UE-OTAN.

Para participar num jantar de trabalho, António Costa, refere que convidou o Primeiro-Ministro do Reino Unido, o que será um momento em que o Primeiro-Ministro Starmer com todos os 27 líderes dos Estados-membros. Para António Costa o Reino Unido é um parceiro-chave para a União Europeia, notavelmente no campo da defesa.