Todos os anos, no período de maior número de incêndios, o tema ‘florestas’ sobe ao topo do debate público e politico. O tema logo ‘arrefece’ e muitas das medidas consideradas imprescindíveis para uma gestão da floresta portuguesa deixam de ser debatidas e em muitos casos completamente esquecidas.
Algumas das medidas para a floresta nacional vão ser defendidas na Assembleia da República, no dia 18 de janeiro, por António Bento Gonçalves, professor e investigador da Universidade do Minho, no âmbito do projeto nacional ‘Reforma das Florestas”. O convite foi de Pedro Soares, presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.
António Bento Gonçalves é considerado “um dos principais especialistas da área em Portugal, tendo desenvolvido inúmeros estudos sobre incêndios florestais, mudanças climáticas e ordenamento florestal”, indica a Universidade do Minho.
Para o especialista da Universidade do Minho, citado em comunicado, “a resolução do problema dos incêndios florestais passa por apostar seriamente no ordenamento do território e no ordenamento florestal, o que implica promover o cadastro florestal e as zonas de intervenção, repensar a legislação existente, desincentivar as extensas áreas de monoculturas, além de apostar na educação, sensibilização e formação da população”.
António Bento Gonçalves acrescenta que a resolução do problema dos incêndios só “é possível num contexto de vontade política que implica uma profunda reforma das florestas”.
“O Governo vai disponibilizar, para discussão pública, até ao final do mês de janeiro, um conjunto de medidas legislativas que integram a ‘Reforma das Florestas’, com o objetivo de envolver a administração central, as autarquias, a comunidade académica e a sociedade em geral. Entre as medidas delineadas estão a criação do Banco Nacional de Terras e o Fundo de Mobilização de Terras, entre outras”, indica a Universidade do Minho.