Numa resolução aprovada hoje, 28 de novembro de 2024, pelo Parlamento Europeu os eurodeputados condenam o uso de tropas norte-coreanas pela Rússia contra o exército ucraniano e uso de testes de novos mísseis balísticos na Ucrânia. A resolução foi aprovada por 390 votos a favor, 135 contra e 52 abstenções.
Para os eurodeputados as recentes medidas, adotadas pela Rússia, de escalada representam uma nova fase na guerra e um novo risco para a segurança da Europa como um todo, e consideram que a União Europeia (UE) e outros parceiros da Ucrânia devem responder à Rússia de forma adequada.
Os eurodeputados insistem que “nenhuma negociação sobre a Ucrânia pode ocorrer sem a Ucrânia”, e por isso instam a UE a trabalhar para alcançar o mais amplo apoio internacional possível para a Ucrânia e identificar uma solução pacífica para a guerra.
O Parlamento Europeu faz um apelo ao envolvimento da UE e dos Estados-Membros na implementação da Fórmula de Paz da Ucrânia e no estabelecimento das condições necessárias para a realização de uma segunda Cimeira para a Paz, incluindo o envolvimento de países do designado Sul Global.
Mais sanções à Rússia e Coreia do Norte
Os eurodeputados instam os Estados-Membros da UE a fortalecer ainda mais o regime de sanções contra o Irão, a Bielorrússia e a Coreia do Norte pelo apoio militar à Rússia. Os eurodeputados “enfatizam que tanto a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia quanto a participação da Coreia do Norte na guerra e seus programas nucleares e de mísseis constituem graves ameaças à ordem internacional baseada em regras.”
O papel da China
Os eurodeputados também pedem a Pequim que encerre toda a assistência militar ou de uso duplo que está dando à Rússia, e acrescentam que uma recusa da China em mudar o curso corre o risco de serem seriamente afetadas as relações bilaterais entre a EU e a China. Os eurodeputados consideram que a China poderia usar a sua significativa influência sobre a Coreia do Norte e sobre a Rússia para ajudar a reduzir as tensões.
Apoio militar à Ucrânia
A resolução do Parlamento Europeu exige que o Conselho da União Europeia estenda as sanções contra a Rússia, particularmente contra setores de especial importância económica, como os metalúrgico, nuclear, químico, agrícola e bancário, e as matérias-primas russas.
Os eurodeputados também pedem à UE e aos seus Estados-Membros para reforçarem o apoio militar à Ucrânia, nomeadamente através do fornecimento de aviões de combate, mísseis de longo alcance, incluindo mísseis Taurus, sistemas modernos de defesa aérea, incluindo Patriots e SAMP/T, e munições, bem como MANPADS (Sistemas Portáteis de Defesa Aérea), artilharia e programas de treino para as forças ucranianas.
Para os eurodeputados todos os Estados-Membros da UE e aliados da NATO devem comprometer-se a apoiar a Ucrânia militarmente, tanto coletiva quanto individualmente, com pelo menos 0,25% do PIB, e anualmente.
Os eurodeputados consideram positiva a decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de permitir que a Ucrânia use sistemas avançados de mísseis contra alvos militares dentro do território russo e pedem que a UE e os Estados-Membros adotem medidas semelhantes. Os eurodeputados também pedem que a UE e aos Estados-Membros para se envolverem com a nova administração em Washington para fortalecer a cooperação transatlântica mutuamente benéfica.