A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu, em vídeo enviado à Cimeira do Hidrogénio Renovável, que “em apenas 12 meses, a Europa assistiu a decisões finais de investimento em mais de 2 gigawatts de projetos de hidrogénio renovável”, o que é quatro vezes a capacidade instalada atual.
Ursula von der Leyen referiu que “os projetos que garantem todo o financiamento e licenças necessárias estão prontos para serem lançados”, deu os seguintes exemplos:
“A siderurgia Boden da Stegra, na Suécia, apoiada pelo Fundo Europeu de Inovação, será em breve o maior projeto de hidrogénio renovável do mundo. E não está sozinho. Da Dinamarca à Roménia, da Alemanha a Portugal, 10 outros projetos de grande escala passaram também do conceito à construção”.
E lembrou que na área do hidrogénio, “os Estados Unidos viram apenas duas decisões deste tipo durante o mesmo período”, o que para Ursula von der Leyen, “ilustra a liderança europeia no hidrogénio renovável. De facto, o investimento no hidrogénio europeu deverá crescer 140% em 2024, com a Europa a contribuir com quase um terço dos investimentos globais em eletrolisadores.”
A Presidente da Comissão Europeia indicou que o hidrogénio renovável está a crescer e foram estabelecidas metas claras, Assim, com o REPowerEU, foi definida “a ambição de produzir 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030”.
Com definido pela Diretiva Energias Renováveis, será produzido pelo menos 42% do hidrogénio utilizado na indústria e 29% nos transportes deverá ser renovável até 2030. Metas que são vinculativas, e lembrou que “os Estados-Membros têm até maio de 2025 para os transformar em legislação nacional. Se for bem feito, isto mudará o jogo, libertando a procura em toda a cadeia de valor. E encorajar o aumento da produção de hidrogénio em toda a Europa.”
Mas, lembrou também “que permanecem grandes desafios. Nem todo o projeto em papel chega à fase de construção”, e por isso há muito trabalho para fazer.
“Em primeiro lugar, precisamos de acelerar a criação de mercados líderes limpos. Estamos a trabalhar em estreita colaboração com os Estados-Membros e os adquirentes da indústria — desde produtores de aço e produtos químicos a fornecedores de transportes e armazenamento de energia — para identificar as suas prioridades”, disse Ursula von der Leyen.
A Presidente da Comissão divulgou que o Acordo Industrial Limpo será apresentado nos primeiros 100 dias, após a posse da nova Comissão, e referiu: “Queremos dar prioridade à infraestrutura necessária para ligar projetos de hidrogénio de grande escala aos utilizadores finais. Exploraremos o vasto potencial das energias renováveis da Europa e levaremos esse potencial às nossas indústrias para as ajudar a descarbonizar.”
Com a estratégia hidrogénio, Ursula von der Leyen indicou que irão ser reduzidos significativamente os preços, “não só do aço limpo, do cimento, dos combustíveis e dos plásticos, mas também dos fertilizantes, do vidro e de uma série de outros sectores difíceis de descarbonizar.”
Assim, referiu que “em 2030, por exemplo, o preço de um automóvel elétrico de tamanho médio, construído com aço limpo, terá quase o mesmo preço de um automóvel construído com aço convencional. Mas esse carro quase não acrescentará carbono à atmosfera, nem na produção nem no consumo. À medida que a procura muda para soluções mais limpas, as empresas que investem hoje em hidrogénio renovável terão uma clara vantagem de mercado.”
“O meu segundo ponto é: para satisfazer esta procura, estamos determinados a ajudá-los a aumentar a produção de hidrogénio. No ano passado, criámos o Banco Europeu de Hidrogénio – uma iniciativa inédita. O Banco oferece um prémio fixo por cada quilograma de hidrogénio renovável produzido durante a próxima década. Os resultados já são promissores” afirmou a Ursula von der Leyen.
A Presidente da Comissão acrescentou: “Após o nosso primeiro leilão, foram desembolsados quase 700 milhões de euros para projetos. Prevêem-se que atinjam perto de um sexto do nosso objetivo de hidrogénio nesta década. E em dezembro vamos realizar outro leilão, desta vez com 1,2 mil milhões de euros de financiamento”.
Para o próximo leilão foi acrescentado um novo elemento crítico: “Uma cláusula que incentiva especificamente a utilização de equipamentos das empresas europeias. Porque são elas os inovadores que foram pioneiros na tecnologia do hidrogénio renovável. Isto garante a independência energética da Europa. E isto cria bons empregos na Europa.”