De Braga o Caminho da Geira a Santiago está a atrair cada vez mais peregrinos

De Braga o Caminho da Geira a Santiago está a atrair cada vez mais peregrinos
De Braga o Caminho da Geira a Santiago está a atrair cada vez mais peregrinos. Foto: DR

O Caminho da Geira e dos Arrieiros, um dos Caminhos de Santiago, já foi percorrido, em 2024, até 8 de setembro, por mais peregrinos do que em todo o ano de 2023. Com 894 pessoas a partir de Braga para a jornada até Santiago de Compostela, o que reflete um aumento de 8,6% dos peregrinos em período homólogo.

Dados do Serviço de Peregrinos da Catedral de Santiago indicam que o aumento total de peregrinos a partir de Braga deve-se, sobretudo, ao Caminho da Geira, que teve um aumento de 114, sendo que o caminho Central teve menos 31, o Minhoto Ribeiro menos 15 e o Caminho de São Rosendo apenas acrescentou três daqueles certificados.

No entanto, verifica-se que o Caminho Central continua a ser o preferido pelos peregrinos que partem de Braga, com 53% do total, à frente do traçado da Geira e dos Arrieiros, com 46. Os Caminhos Minhoto Ribeiro e de São Rosendo ocupam os lugares seguintes, com valores muito baixos, e o Caminho de Torres não apresentou partidas de Braga registadas.

No total dos pontos de partida, o Caminho da Geira e dos Arrieiros motivou a emissão de 554 Compostelas – entre as 977 pessoas que cumpriram o itinerário, segundo as associações – sendo que 540 iniciaram em localidades lusas, 326 com nacionalidade portuguesa e 159 de origem espanhola.

Os registos mostram que a Compostela foi entregue, até ao início de setembro, a peregrinos de 18 nacionalidades que cumpriram o itinerário jacobeu (Caminho da Geira e dos Arrieiros), com a Chéquia a ocupar o terceiro lugar, logo a seguir aos países ibéricos.

Além de Braga, os peregrinos que percorreram o Caminho da Geira e dos Arrieiros partiram de Castro Laboreiro, Campo do Gerês, Terras de Bouro, Ameixoeira e Santa Cruz, na parte portuguesa. Na Galiza, iniciaram o percurso em Cortegada, Berán, Entrimo, Ribadavia, Lobios e Azoreira.

A maioria dos peregrinos, ou seja 85%, cumpriu o itinerário a pé ou 13% de bicicleta, sendo os meses de junho e julho os mais procurados. Com 68%, a fazer o percurso por “motivos religiosos e outros”. Por idade verificou-se que 48%, entre 18 e 45 anos, 38% entre 46 e 65 anos. Por género verificou-se que 62% dos peregrinos eram homens.

O Caminho da Geira tem 239 quilómetros, começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela do Homem.

Nos últimos seis anos, foi percorrido por quase 5.000 peregrinos, sobretudo de Portugal, Espanha, do resto da Europa, e de nações como do Afeganistão, Aruba, Austrália, Azerbaijão, Bahamas, Belize, Brasil, China, Correia do Sul, Colômbia, EUA, Japão, México, Porto Rico, Palestina e Uruguai.

Foi apresentado em 2017, em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019, e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).

O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, a via do género mais bem conservada do antigo império romano ocidental, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos poucos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.