Ministra da Cultura distingue Cinema Ideal com Medalha de Mérito Cultural

Ministra da Cultura distingue Cinema Ideal com Medalha de Mérito Cultural
Ministra da Cultura distingue Cinema Ideal com Medalha de Mérito Cultural.

O Cinema Ideal, em Lisboa, é distinguido com a Medalha de Mérito Cultural pela Ministra da Cultura. Uma distinção quando a sala de cinema celebra dez anos, e que “traduz o reconhecimento da excelência do trabalho desenvolvido por Pedro Borges, produtor e distribuidor da Midas Filmes”.

Como é referido em comunicado do Ministério da Cultura, “esta atribuição reconhece e aplaude a existência de uma sala histórica, cuja inauguração remonta a 1904, que se reinventou há dez anos para servir a cidade, as instituições públicas, a comunidade do bairro e o Cinema.

O Cinema Ideal, inaugurado em 28 de agosto de 2014, com a estreia do filme “E agora? Lembra-me”, de Joaquim Pinto, iniciou uma nova e decisiva etapa da histórica sala de cinema em Lisboa – a etapa que corresponde à atualidade e que agora é celebrada pelos seus dez anos de atividade exemplar”, descreve o comunicado do Ministério da Cultura.

O novo Cinema Ideal é o resultado de um projeto conjunto da Casa da Imprensa, proprietária do edifício, e da Midas Filmes, que à reabilitação do edifício e ao restauro e renovação da sala de cinema. Um trabalho da autoria do arquiteto José Neves.

A sala dispõe de 190 lugares, dividida em dois níveis, balcão e plateia, e possui um dos melhores sistemas de projeção de imagem e som digitais.

A Medalha de Mérito Cultural vem também enaltecer a qualidade da programação do Cinema Ideal, reconhecendo o seu papel essencial na exibição de filmes independentes, na apresentação de cinema com origem geográfica diversa, e na atenção dada ao cinema português e europeu.

De igual modo, vem reconhecer “a importância das sessões especiais que o Cinema Ideal organiza e promove, que contam com a presença de atores, realizadores, produtores, críticos e outras personalidades da vida cultural portuguesa”.

A sala de cinema tem estabelecido importantes parcerias com diversas entidades, de que são exemplo os festivais Doclisboa e IndieLisboa, fundamentais para a afirmação de algumas destas disciplinas de cinema.

A distinção vem também chamar a atenção para a reabilitação do património, e que se traduz, ainda nos prémios recebidos. O arquiteto José Neves, autor do projeto de recuperação arquitetónica, foi reconhecido com uma Menção Honrosa pelo júri do Prémio Gulbenkian Património – Maria Teresa e Vasco Vilalva”, em 2014, e com o Prémio de Arquitetura AICA/SEC/MillenniumBCP/2014. Ao Cinema Ideal foi atribuído o “Prémio Melhor Empreendedor’, da Europa Cinemas, em 24 de novembro de 2016.

Recorde-se que, em 1904, foi inaugurada uma sala de cinema em Lisboa, na Rua do Loreto, junto ao Largo de Camões. A criação desta primeira sala de cinema em Portugal – o Salão Ideal –, num edifício do século XIX, deveu-se ao fotógrafo João Freire e ao seu sócio Nuno de Almeida, que foram a Paris comprar material para a projeção de filmes, iniciando, nessa altura, a atividade de exibição cinematográfica. Ao longo da sua trajetória histórica, a sala foi designada como Piolho do Loreto, Cine Camões e Cine Paraíso.

Em 1949, já com a designação de Cinema Ideal, o espaço foi modernizado e revitalizado sob um projeto da autoria do arquiteto João Simões, que concebeu uma nova sala de cinema tendo como matriz outras salas europeias.

A sala encerrou em 1976 e reabriu dois anos depois, em 1978, de novo remodelada e com a designação de Cine Camões, tendo passado, no início de 1990, em fase decadente, a Cine Paraíso.