A mpox ou monkeypox é uma doença causada pelo vírus da varíola dos macacos. Trata-se de uma infeção por vírus. A infeção pode levar doenças que necessitem cuidados numa unidade de saúde. Entre os sintomas comuns da mpox estão a erupção cutânea que pode começar com febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, baixa energia e glândulas inchadas (linfonodos).
A erupção cutânea se parece com bolhas ou feridas e pode afetar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha, as regiões genital e/ou anal. Estas lesões também podem ocorrer na boca, garganta, ânus, reto ou vagina, ou nos olhos. O número de feridas pode variar de uma a vários milhares. Algumas pessoas desenvolvem inflamação dentro do reto (proctite) que pode causar dor intensa, bem como inflamação dos órgãos genitais que pode causar dificuldades para urinar.
Em algumas pessoas, a doença pode ser grave ou levar a complicações e até mesmo à morte. O gravidade da doença ocorre normalmente em bebés recém-nascidos, crianças, pessoas grávidas e pessoas com deficiências imunológicas subjacentes, como de doença avançada por HIV.
Mas podem ainda ocorrer doenças graves devido à mpox, como lesões maiores e mais disseminadas (especialmente na boca, olhos e genitais), infeções bacterianas secundárias da pele ou infeções sanguíneas e pulmonares.
Entre outras complicações podem estar infeção bacteriana grave de lesões de pele, mpox pode afetar o cérebro (encefalite), coração (miocardite) ou pulmões (pneumonia) e problemas oculares. As pessoas com mpox grave podem precisar de hospitalização, cuidados de suporte e medicamentos antivirais para reduzir a gravidade das lesões e encurtar o tempo de recuperação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que de acordo com os dados disponíveis, entre 0,1% e 10% das pessoas que contraíram mpox morreram.
Como se propaga a mpox
■ De pessoa para pessoa
A mpox pode transmitir-se de pessoa para pessoa principalmente por meio do contato próximo com alguém que tem mpox. O contato próximo inclui pele a pele (como toque ou sexo) e boca a boca ou boca a pele (como beijo), e também pode incluir estar cara a cara com alguém que tem mpox (como falar ou respirar perto um do outro, o que pode gerar partículas respiratórias infeciosas).
A OMS refere que durante o surto global que começou em 2022, o vírus espalhou-se principalmente por meio do contato sexual. Mais considera que são necessários mais estudos sobre como a mpox se espalha durante surtos em diferentes cenários e sob diferentes condições.
Pessoas com mpox são consideradas infeciosas até que todas as lesões formem crostas, as crostas caiam e uma nova camada de pele se forme por baixo, e todas as lesões nos olhos e no corpo (na boca, garganta, olhos, vagina e ânus) também cicatrizem, o que geralmente leva de 2 a 4 semanas.
É possível que o vírus persista por algum tempo em roupas, roupas de cama, toalhas, objetos, eletrónicos e superfícies que foram tocados por uma pessoa com mpox. Alguém que toque nesses itens pode ser infetado, principalmente se tiver cortes ou escoriações ou tocar os olhos, nariz, boca ou outras membranas mucosas, antes de lavar as mãos. Assim, uma prevenção de transmissão é limpar e desinfetar superfícies/objetos e lavar as mãos após tocar em superfícies/objetos que possam estar contaminados.
O vírus também pode transmitir-se durante a gravidez para o feto, durante ou após o nascimento por meio do contato de pele com pele, ou de um pai com mpox para um bebé ou criança durante contato próximo.
Sobre transmissão por pessoa antes de apresentar sintomas ou que é assintomático, as informações não são conclusivas, da mesma forma a transmissão poder-se dar depois das lesões terem cicatrizado. Por outro lado o vírus vivo já foi isolado do sémen, mas a OMS indica que ainda não é possível afirmar até que ponto a infeção pode espalhar-se pelo sémen, fluidos vaginais, fluidos amnióticos, leite materno ou sangue.
■ Dos animais aos humanos
A mpox pode ser contraída por alguém que entra em contato físico com um animal portador do vírus, como algumas espécies de macacos ou um roedor terrestre (como o esquilo-de-árvore). A exposição por tal contato físico com um animal ou carne pode ocorrer por meio de mordidas ou arranhões, ou durante atividades como caça, esfola, captura ou preparação de uma refeição. O vírus também pode ser contraído por meio da ingestão de carne contaminada que não foi bem cozida.
O risco de contrair mpox de animais pode ser reduzido evitando contato desprotegido com animais selvagens, especialmente aqueles que estão doentes ou mortos (incluindo a carne e sangue). Em países onde há evidencia que os animais carregam o vírus, qualquer alimento que contenha partes de animais ou carne deve ser bem cozido antes de ser consumido.
■ De humanos para animais
A OMS indica que houve alguns relatos que o vírus foi identificado em cães de estimação. No entanto, não foi confirmado se essas foram infeções verdadeiras ou se a deteção do vírus estava relacionada à contaminação da superfície.
Como muitas espécies de animais são conhecidas por serem suscetíveis ao vírus, há o potencial de transbordamento do vírus de humanos para animais em diferentes cenários. Pessoas que confirmaram ou suspeitaram de mpox devem evitar contato físico próximo com animais, incluindo animais de estimação, como gatos, cães, hamsters e gerbilos, bem como com gado e vida selvagem.